O caso da artista reforça a importância da prevenção e do diagnóstico precoce / TV Globo/Divulgação
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O câncer colorretal, que causou a morte da cantora Preta Gil no último domingo (20), reacendeu o alerta para fatores de risco associados à doença.
Diagnosticada com um adenocarcinoma de reto, Preta enfrentou um tratamento intenso que incluiu cirurgias e quimioterapia. Mesmo com os esforços médicos, o tumor evoluiu com metástases no peritônio, levando à sua morte.
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O caso da artista reforça a importância da prevenção e do diagnóstico precoce, especialmente diante do aumento de casos em pessoas mais jovens.
Segundo especialistas, o câncer colorretal pode ser silencioso por muito tempo e, quando diagnosticado tardiamente, tende a ser mais agressivo.
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De acordo com o cirurgião oncológico Dr. Diego Greatti Vaz da Silva, membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica e doutor pelo A.C. Camargo Cancer Center, o câncer de intestino e reto é uma doença multifatorial.
Isso significa que não há um único causador, mas sim uma combinação de fatores. Ele destaca que vários hábitos comuns da população brasileira podem aumentar o risco da doença.
Entre os principais estão o consumo excessivo de proteína animal, o sedentarismo, a obesidade, o tabagismo e o etilismo. A baixa ingestão de fibras na alimentação também está entre os comportamentos que preocupam.
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O especialista ressalta que esses elementos não garantem que alguém desenvolverá câncer, mas sim que aumentam o risco quando associados a outros fatores, como predisposição genética.
“Tem pessoas que apresentam todos os fatores de risco e não desenvolvem a doença, enquanto outras, mesmo sem nenhum desses hábitos, podem ter o câncer”, explica o médico.
Por isso, ele reforça que é preciso cautela ao tentar associar diretamente o surgimento do tumor a um único fator de estilo de vida.
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Além dos hábitos cotidianos, fatores hereditários e doenças genéticas podem influenciar significativamente no surgimento do câncer colorretal.
A história familiar de câncer, por exemplo, é um sinal de alerta importante e deve ser considerada em avaliações médicas regulares.
“É bom pontuar que histórico familiar e síndromes genéticas aumentam o risco. Nesses casos, o acompanhamento preventivo deve ser ainda mais rigoroso”, orienta Dr. Greatti.
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O médico também chama atenção para o aumento de casos da doença em pessoas cada vez mais jovens. Embora historicamente o câncer de intestino estivesse mais associado a idosos, nas últimas décadas tem sido identificado em pacientes abaixo dos 50 anos com mais frequência.
Segundo ele, mudanças no estilo de vida desde a infância, como alimentação rica em industrializados e proteínas animais, menor consumo de fibras, sedentarismo precoce e exposição a estresse intenso nas grandes cidades, podem estar contribuindo para esse cenário.
Há também estudos que indicam a influência da microbiota intestinal. O uso frequente de antibióticos, que altera o equilíbrio de bactérias no intestino, pode favorecer inflamações crônicas, o que pode elevar o risco de desenvolver tumores.
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Um dos desafios em casos mais jovens é a baixa suspeita diagnóstica. "Quando um jovem chega ao consultório com sintomas intestinais, o câncer é uma das últimas hipóteses consideradas, o que retarda o diagnóstico e favorece que a doença seja descoberta em estágio mais avançado", afirma o médico.
Diante desse cenário, o Dr. Diego Greatti destaca que é essencial buscar atendimento médico diante de qualquer queixa intestinal persistente. O diagnóstico precoce ainda é o principal fator que aumenta as chances de cura do câncer colorretal.
A mensagem do especialista é clara: hábitos saudáveis, atenção aos históricos familiares e check-ups regulares podem salvar vidas. Mesmo com a existência de fatores que fogem ao controle, há muito que pode ser feito para reduzir o risco da doença.
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Por ser mais comum, este tipo de câncer já acometeu outros grandes nomes, como o jogador Pelé, o ator Chadwick Boseman, famoso por seu papel em Pantera Negra, e o apresentador Emílio Surita, do Pânico na Band.