A melanose pode aparecer tanto em camarões frescos quanto em peças que já passaram do ponto / Freepik
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Quem costuma preparar camarão já deve ter reparado em pequenas manchas escuras na casca ou próximo à cauda. À primeira vista, muitos acreditam que se trate de sujeira ou até de fezes, mas a explicação é outra: trata-se da melanose, um processo natural que ocorre quando o crustáceo entra em contato com o oxigênio.
A reação lembra o que acontece com maçãs, batatas e abacates após serem cortados e expostos ao ar.
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Apesar da aparência estranha, a mancha não representa risco à saúde nem altera o valor nutricional do alimento.
Ainda assim, é preciso atenção: a melanose pode aparecer tanto em camarões frescos quanto em peças que já passaram do ponto, exigindo que o consumidor se baseie em outros sinais, como o cheiro, para avaliar a qualidade.
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É comum confundir melanose com o fio escuro que percorre o dorso do camarão. Esse, sim, contém fezes e restos de ovas e deve ser retirado antes do consumo, tanto por questões de sabor e textura quanto para evitar a ingestão de cádmio, um metal tóxico.
Já a melanose surge na carapaça – cabeça, cauda, junções e nadadeiras – e não precisa ser removida.
A presença de manchas pode ser interpretada de duas formas. Em mercados e feiras confiáveis, muitas vezes significa apenas que o camarão não recebeu banhos químicos de sulfito, substância usada para inibir o escurecimento.
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Em outros pontos de venda, no entanto, pode levantar dúvidas sobre o armazenamento e a conservação em cadeia fria.
Por isso, o olfato continua sendo o melhor guia: camarões próprios para consumo têm aroma suave e delicado, enquanto os estragados exalam odor forte e desagradável.
Boa parte da produção comercial utiliza sulfitos para manter a aparência clara do camarão, prática também comum em frutas secas e vinhos.
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Embora o procedimento preserve a estética, pode causar reações alérgicas em pessoas sensíveis e até riscos a trabalhadores embarcados, devido ao acúmulo de gases.
Por isso, alguns produtores preferem não usar o método, permitindo que a melanose apareça naturalmente.
Ter manchas escuras no camarão não é motivo para descarte imediato. O fenômeno é inofensivo e faz parte da biologia do crustáceo.
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O mais importante é considerar a procedência e verificar se o produto está dentro dos padrões de conservação adequados.
Quando fresco, o camarão com melanose mantém sabor, textura e qualidade intactos, sendo totalmente seguro para consumo.