Variedades

Beatriz Segall detonou o assassinato de Odete Roitman em 'Vale Tudo'

A atriz interpretou a "vilã das vilãs" na primeira exibição do folhetim na década de 1980; o papel marcou a história da televisão brasileira

Giovanna Camiotto

Publicado em 07/10/2025 às 17:45

Compartilhe:

Compartilhe no WhatsApp Compartilhe no Facebook Compartilhe no Twitter Compartilhe por E-mail

Na primeira versão, exibida há 36 anos, Odete Roitman interpretada por Beatriz Segall foi assassinada dez capítulos antes do final / Reprodução/Globo

Continua depois da publicidade

A atriz Beatriz Segall, eternizada como a vilã Odete Roitman na novela "Vale Tudo" (1988), manifestou em várias ocasiões seu desconforto com a decisão dos autores de assassinar sua personagem. Ela deixou claro que embora valorizasse muito o papel, não achava correto utilizar a morte como castigo simbólico.

Faça parte do grupo do Diário no WhatsApp e Telegram.
Mantenha-se bem informado.

Em conversa com Ziraldo no programa "O Papo", a estrela analisou a repercussão da aclamada cena criminal. “O Brasil inteiro está aceitando o assassinato, porque se alguém comete um crime, esse crime tem que ser julgado, ela teria que ser acusada dos crimes que ela cometeu. Teria que ser presa pelos crimes que cometeu, ir a julgamento e condenada”, explicou.

Continua depois da publicidade

Leia Também

• Autoajuda? Este foi o último livro que Odete Roitman conseguiu ler em 'Vale Tudo'

• 'Vale Tudo': Enterro de Odete reúne suspeitos; veja resumo do capítulo de quarta (8)

• 'Vale Tudo' conquista primeiro lugar de audiência em estreia no Uruguai

A artista ainda criticou a ideia de justificar o assassinato de Odete como forma de catarse nacional: “Ela ser assassinada é um grande castigo, a catarse nacional. Nós estamos admitindo a pena de morte e nós estamos admitindo o esquadrão da morte, os justiceiros.”

Relativização do crime

Na mesma entrevista, Beatriz explicou que a situação era uma medida drástica que fugia de seu entendimento moral do que era justo para qualquer personagem, mesmo para uma vilã tão emblemática.

Continua depois da publicidade

Ela defendeu que, se alguém comete erros ou crimes dentro de uma trama, isso deveria também ser tratado com a legalidade, com responsabilização, julgamento e condenação, e não execução extrajudicial ou justiça popular antecipada.

Em outro momento, Beatriz comentou que se sentia "marcada" pela personagem, e que ficar sendo indagada repetidamente sobre o assunto era "cansativo" e "muito chato". Ela chegou a dizer que, apesar do sucesso da novela, não tinha saudades do papel emblemático.

Beatriz Segall faleceu aos 92 anos em setembro de 2018, vítima de problemas respiratórios. Ela também tinha Alzheimer de início tardio, quadro que não havia sido revelado na época.

Continua depois da publicidade

Assista a entrevista na íntegra.

 

TAGS :

Mais Sugestões

Conteúdos Recomendados

©2025 Diário do Litoral. Todos os Direitos Reservados.

Software