Automotor
A modalidade utiliza sensores de smartphones ou do próprio veículo para registrar dados como freadas bruscas, acelerações, curvas e até o uso do celular durante a direção
Estima-se que cerca de 800 mil veículos conectados já circulem no país, e que 60% deles compartilhem dados com seguradoras / Pixabay
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A forma como você dirige pode, cada vez mais, determinar o valor que paga pelo seguro do carro e agora isso vai muito além do seu histórico no trânsito. Aplicativos e sistemas de telemetria já permitem que seguradoras monitorem, em tempo real, o comportamento dos condutores, premiando os mais prudentes com descontos e benefícios.
A modalidade, conhecida como usage-based insurance (seguro baseado no uso), utiliza sensores de smartphones ou do próprio veículo para registrar dados como freadas bruscas, acelerações, curvas e até o uso do celular durante a direção. A partir dessas informações, algoritmos calculam uma pontuação personalizada para cada motorista, que pode reduzir ou manter o valor da apólice conforme o desempenho.
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No caso dos aplicativos, o funcionamento é simples: basta instalá-los no celular e permitir o monitoramento, desde que o aparelho esteja fixo ou guardado no bolso.
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Já os veículos mais modernos, equipados com dezenas de sensores, conseguem enviar automaticamente centenas de dados por segundo a empresas especializadas, que repassam as informações às seguradoras, sempre com consentimento do proprietário, conforme determina a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).
A LGPD, em vigor desde 2020, exige que o consentimento seja livre, informado e explícito, além de determinar que a finalidade do uso dos dados seja claramente apresentada ao motorista. Isso significa que a informação coletada não pode ser usada para outros fins não acordados.
A lei também garante o direito de contestar decisões automatizadas, como uma pontuação de risco considerada injusta, e receber explicações adequadas sobre como ela foi calculada. Especialistas em proteção de dados reforçam que, além do consentimento, transparência e segurança na gestão dessas informações são fundamentais para evitar abusos.
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Outra norma relevante é a Lei 15.040/2024, conhecida como “lei dos seguros”, que proíbe práticas discriminatórias ou que prejudiquem a livre iniciativa no setor. Segundo advogados, o texto deve servir de parâmetro para o uso dessas novas tecnologias no cálculo e na subscrição de apólices.
Estima-se que cerca de 800 mil veículos conectados já circulem no país, e que 60% deles compartilhem dados com seguradoras. Projeções indicam que, até 2030, todos os carros vendidos no Brasil terão suporte à telemetria, tornando o monitoramento de hábitos de direção uma prática comum no mercado.
Para os motoristas, a tendência promete maior personalização no preço do seguro, recompensas por boa conduta e até benefícios extras, como cupons de desconto em estabelecimentos parceiros.
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Mas também reforça a necessidade de atenção às políticas de privacidade, já que a estrada para um seguro mais barato pode passar por um compartilhamento cada vez mais intenso da vida ao volante.