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Anvisa impõe controle rigoroso para uso de canetas emagrecedoras

Esses medicamentos só poderão ser dispensados mediante receita médica em duas vias, com retenção obrigatória pela farmácia

Ana Clara Durazzo

Publicado em 13/06/2025 às 11:30

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Originalmente indicados para o tratamento do diabetes tipo 2, medicamentos como o Ozempic ganharam popularidade por promoverem perda de peso como efeito secundário / Divulgação

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A partir deste mês, medicamentos com efeito emagrecedor como Ozempic, Wegovy e Mounjaro passam a ter controle mais rígido no Brasil. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou, por meio da Instrução Normativa-IN nº 360 e da Resolução nº 973, ambas de 23 de abril de 2025.

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Esses medicamentos só poderão ser dispensados mediante receita médica em duas vias, com retenção obrigatória pela farmácia, exigência comum a medicamentos de controle especial.

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Segundo a Dra. Aline Santana Goes, farmacêutica e professora do curso de Medicina da Universidade Tiradentes (Unit), a medida tem como foco a segurança do paciente e a promoção do uso racional desses fármacos.

“Não se trata de dificultar o acesso, mas de combater o uso indiscriminado e, muitas vezes, sem o devido acompanhamento médico. Há relatos crescentes de efeitos adversos graves em pacientes que utilizam esses medicamentos sem indicação ou supervisão adequada. O novo controle busca garantir que eles sejam usados dentro das indicações corretas e com orientação profissional”, destaca a especialista.

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Uso off-label e riscos à saúde

Originalmente indicados para o tratamento do diabetes tipo 2, medicamentos como o Ozempic ganharam popularidade por promoverem perda de peso como efeito secundário. Isso levou à prescrição off-label para controle da obesidade, prática legal no Brasil, mas que preocupa especialistas.

De acordo com a professora da Unit, a Anvisa já registrou diversos eventos adversos graves associados ao uso indevido da semaglutida, princípio ativo do Ozempic.

“Em muitos casos, o medicamento foi utilizado fora das indicações aprovadas, o que eleva os riscos de efeitos colaterais severos, como a pancreatite, uma complicação que exige interrupção imediata do tratamento”, alerta Aline.

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Tratamento da obesidade exige responsabilidade

Para a especialista, a nova regulamentação também abre espaço para uma discussão mais ampla sobre o enfrentamento da obesidade.

“A obesidade é uma condição crônica complexa, que exige tratamento multidisciplinar. As chamadas ‘canetas emagrecedoras’ podem ser ferramentas valiosas nesse processo, mas devem ser utilizadas com responsabilidade. O estigma que ainda recai sobre pessoas com obesidade dificulta o acesso ao tratamento e gera sofrimento evitável”, defende Aline.

Ela reforça a importância de um cuidado pautado na ciência, no respeito e na empatia, promovendo acesso a terapias seguras e eficazes, dentro dos parâmetros clínicos estabelecidos.

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