Variedades
Na história do cinema, alguns atores enfrentaram o perigo máximo para trazer realismo aos longas. Só que, às vezes, essas situações fugiam do controle
Famíla de Dakota Johnson passou por muitos apuros durante a gravação de um filme / Universal Pictures/Divulgação
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Na história dos bastidores do cinema, alguns projetos são conhecidos por sua audácia em representar o máximo de realismo possível. Só que, às vezes, essas ideias não dão muito certo e resultam em acidentes graves.
Como é o caso de "Homens e Feras" ("Roar", no original), que não apenas contou com a presença da atriz Melanie Griffith (mãe de Dakota Johnson, da trilogia "50 Tons de Cinza"), mas também com cerca de 130 animais, entre leões, tigres, leopardos, pumas e onças.
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A ideia é um tanto quanto inusitada, principalmente por eles estarem interagindo diretamente com todos os envolvidos na produção. E, obviamente, isso gerou consequências sérias.
A produção do filme começou quando o cineasta Noel Marshall (co-produtor de "O Exorcista") e sua esposa Tippi Hedren ("Os Pássaros" e avó da própria Dakota Johnson) viajaram para o Zimbábue em 1969, enquanto ela estava gravando um filme.
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Eles decidiram que seria interessante rodar um longa com leões de verdade, depois de observarem um prédio abandonado que havia sido tomado por um grupo de animais.
Segundo relatado à Entertainment Weekly, a princípio o filme giraria em torno da história de um cientista que vivia com grandes felinos. A convivência entre ele e os animais seria harmônica, mas o cenário mudaria quando alguns caçadores entrassem em cena.
Como os animais seriam de verdade e estariam no mesmo local que a equipe e os atores durante as gravações, Marshall teve a ideia de criarem filhotes de leão em uma residência.
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A lógica era que isso poderia fazer os animais ficarem menos violentos, uma vez que já estavam acostumados com os humanos. Só que não foi isso que aconteceu.
Em 1971, a ideia foi colocada em prática e os felinos foram levados para a casa da família, no bairro de Sherman Oaks, na Califórnia. Na ocasião, participaram do filme Marshall, Hedren e seus três filhos: John, Jerry e Melanie Griffith.
A princípio, as filmagens estavam previstas para durar cerca de seis meses, mas acabaram se estendendo muito mais. Além da falta de investimento, houve constantes pausas por conta de ferimentos graves, causados pelos ataques dos leões à maior parte da equipe e do elenco.
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O cineasta Jan de Bont teve parte do couro cabeludo arrancado e precisou levar 220 pontos. Já Tippi Hedren foi arremessada das costas de um elefante enquanto o montava, fraturou a perna e sofreu ferimentos na cabeça. Sua filha, Melanie, foi atacada por um leão no rosto e quase perdeu a visão.
Um dos piores casos foi o de Noel Marshall, que sofreu inúmeras mordidas e desenvolveu gangrena. Depois do episódio, ele nunca mais dirigiu um filme ou estrelou outra produção.
Em entrevista à EW, John Marshall, filho de Noel, comentou que, por mais que a produção tenha passado por vários climas de tensão, foi um milagre ela ter sido finalizada, graças à união da família em torno desse projeto inusitado.
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Sob o slogan “Nenhum animal foi prejudicado durante a realização deste filme. 70 membros do elenco e da equipe foram”, a produção foi lançada em alguns países entre 1980 e 1981.
Por conta do fracasso, o projeto ficou engavetado em vários lugares, chegando aos Estados Unidos apenas em maio de 2015.