José Loreto interpreta o músico Chorão em 'Chorão: Só os Loucos Sabem' / Ariela Bueno/Divulgação
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Durante boa parte de agosto de 2025, o litoral de São Paulo se tornou o cenário da cinebiografia de “Chorão: Só os Loucos Sabem”. As filmagens passaram pelas orlas das praias de Santos e São Vicente, além do parque industrial de Cubatão.
Era fácil se deparar com dezenas de caminhões, vans e carros que continham os equipamentos e transportavam a equipe de produção, que registrava vários takes do longa, o qual contou com cerca de 150 profissionais, incluindo maquiagem, figurino, câmeras, figuração, atores e os diretores Hugo Prata e Felipe Novaes.
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A convite da Bravura Cinematográfica, o Diário do Litoral acompanhou um dia de gravações na Ponta da Praia, em Santos.
Inspirado no livro “Se Não Eu, Quem Vai Fazer Você Feliz? – Minha História de Amor com Chorão”, escrito pela viúva do músico, Graziela Gonçalves, interpretada no filme pela atriz Nanda Marques. Já o líder do Charlie Brown Jr. é vivido por José Loreto, conhecido por interpretar o lutador José Aldo nos cinemas.
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Em entrevista ao Diário, José Loreto explicou que passou por uma rotina intensa de preparação para interpretar Chorão. “Desde que fui fazer os testes, já comecei a me preparar, porque, se eu deixar para um mês antes do filme, não vou estar pronto”, comentou o ator, que disse ouvir e cantar diariamente as músicas da banda.
Além de aprender a andar de skate, ele também fez aulas de canto para representar os shows do Charlie Brown Jr. “Nos ensaios, a gente tocou com a banda que faz tudo, e eu estou seguindo a energia do Chorão”, acrescentou.
Loreto chegou a conhecer o próprio Chorão em 2005, quando a música “Te Levar Daqui” era tema de “Malhação”. Na ocasião, o ator fazia parte do elenco da atração.
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“Teve o fim da temporada e ele foi gravar lá. Vi aquele cara e já me identifiquei um pouco. Na época eu já era cabeludo e tudo”, recordou. “Aí eu já era fã também, gosto muito de todos os ensinamentos que ele passou pra molecada, e eu sou essa molecada.”
Em meados de 2018, Loreto percebeu que poderia interpretar o músico nas telonas.
“Procurei o filho, procurei a mulher e tals, mas não tive o know-how de produção, não estava preparado. Mas me coloquei assim: olha, eu quero fazer o Chorão; se um dia tiver um filme dele, eu gostaria”, contou o ator, que ainda relembrou uma participação no programa Conversa com Bial, onde citou a vontade de viver esse sonho.
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Em clima descontraído, o ator disse que acabou conquistando o papel pela força de vontade. “Minha boca grande... acho que joguei pro mundo. Recebeu e escolheu. Lei da atração. Eu joguei pro mundo que queria muito, então, assim que do homem o bicho não corre.”
Loreto espera que “Chorão: Só os Loucos Sabem” mantenha vivo o legado do Charlie Brown Jr. entre as próximas gerações, sobretudo por se tratar de uma narrativa atemporal.
“Acho que esse filme vai trazer mais isso, vai alcançar uma nova molecada, que vai se identificar muito. A molecada antiga vai matar a saudade... As coroas, as crianças, todo mundo ama a poesia, a música e a personalidade dele.”
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Sobre a sua música favorita da banda, Loreto citou uma que possui uma situação marcante. “Eu oscilo, mas eu gosto muito de ‘Senhor do Tempo’. Até minha filha tá cantando ela inteira, inteira, só de me ouvir cantando. Outro dia eu liguei pra ela, ela começou a cantar e fiquei assim, ‘inacreditável’”, comentou o ator.
Em meados de 2006, Chorão tentou a carreira na área cinematográfica ao escrever e estrelar como coadjuvante o drama “O Magnata”. Estrelada pelo santista Paulo Vilhena, a produção teve várias tomadas gravadas em Santos, que, coincidentemente, também servem de cenário para a sua cinebiografia.
Ao Diário, o produtor do filme Fábio Zavala define que, assim como o citado, a cinebiografia também tem como alma Santos. “É um filme que se passa em Santos, nesse contexto da época dos anos 90 e 2000. A vida dele é muito relacionada a Santos, ao skate e à música.”
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Para isso, a equipe procurou a Santos Film Commission, que auxiliou a equipe a encontrar as localizações ideais, uma vez que a trama se passa durante os anos 2000, e muitas coisas mudaram desde então.
Nos últimos anos, algumas cinebiografias brasileiras, como as de Elis Regina e Hebe Camargo, acabam se tornando minisséries por conta de vários fatores, que incluem cenas e arcos que não conseguiram entrar no corte final do filme.
Se a cinebiografia de Chorão tiver o mesmo rumo, Fábio explica que, por ora, o foco é entregar um filme para os cinemas.
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“Quando você está fazendo um filme, a gente precisa se concentrar em fazer um longa-metragem com a sua história acontecendo. Se transformamos em uma série, tem episódios, tem plots que te seguram para os próximos episódios. Há muitas vantagens e desvantagens”, comentou Fábio.
“Agora, na verdade, não tem nenhuma previsão disso, estamos fazendo um longa para o cinema independente”, concluiu.
Durante as gravações em Santos, quem foi responsável por facilitar o trabalho da equipe do longa foi a equipe da Santos Film Commission, cujo setor é ligado à Secretaria de Cultura (Secult).
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Nesse meio tempo, ela atuou como suporte para que os produtores e a equipe conseguissem as autorizações para filmagens em trechos como o jardim da orla, a praia, a pista de skate e outras partes do município, além da realização de reservas para espaços necessários às gravações.
As gravações de “Chorão: Só os Loucos Sabem” foram finalizadas com um show em São Paulo, onde o próprio Loreto soltou a voz, no último dia 1º de outubro.
Ainda não se sabe quando a produção chegará oficialmente aos cinemas brasileiros.
A trama foca no relacionamento entre Chorão (Loreto) e Graziella (Marques), onde, por meio de uma mescla de amor, rebeldia e vulnerabilidade, nasceu uma das maiores bandas de rock do Brasil.
O roteiro foi adaptado por Duda de Almeida (“Sintonia” e “Ângela”), com direção de Hugo Prata ("Elis") e Felipe Novaes (do documentário "Chorão: Marginal Alado").
Já a produção é assinada pela Bravura Cinematográfica, com coprodução da Globo Filmes e distribuição da Downtown Filmes. A data de lançamento nos cinemas brasileiros ainda não foi divulgada.