Pesquisas recentes mostram que a Geração Z vê nesse tipo de mesa uma oportunidade para interações / Freepik
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As mesas comunitárias, comuns nos anos 1980 e ressurgidas nos anos 2000, estão retornando aos restaurantes como uma das tendências mais fortes entre jovens adultos. O movimento, agora liderado pela Geração Z, aponta para uma mudança de comportamento: depois de crescerem conectados principalmente pelas telas, muitos buscam retomar a convivência presencial de forma leve, espontânea e acessível.
Esse formato de assento compartilhado tem ganhado espaço em estabelecimentos ao redor do mundo, inclusive no Brasil, e se consolida como uma alternativa que combina socialização, economia e uma experiência gastronômica mais descomplicada.
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Pesquisas recentes mostram que a Geração Z vê nesse tipo de mesa uma oportunidade para interações que dificilmente aconteceriam em ambientes tradicionais.
O serviço de reservas Resy aponta que cerca de 90% dos jovens dessa faixa etária gostam de mesas compartilhadas, enquanto apenas 60% dos Baby Boomers têm a mesma preferência.
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Entre os motivos mais citados estão:
Para muitos jovens, a mesa comunitária funciona como uma zona de conforto social. Especialistas descrevem esse espaço como uma espécie de mediação natural: em vez da pressão de interagir diretamente com um desconhecido, a conversa surge organicamente no grupo.
Depois de vivenciar grande parte das relações por meio da internet, muitos jovens buscam experiências mais concretas.
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Restaurantes, cafés e bares têm se tornado pontos de encontro para essas interações presenciais, oferecendo um ambiente que incentiva conversas sem exigir formalidade.
Para redes do setor gastronômico, esse comportamento indica uma tendência clara: a Geração Z deseja autenticidade.
Compartilhar uma mesa, provar novos sabores e dividir momentos com desconhecidos faz parte de uma experiência que contrasta com a comunicação filtrada e rápida do mundo digital.
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Além disso, dividir mesas costuma sair mais barato, fator que também pesa para jovens que enfrentam salários iniciais mais baixos e custo de vida elevado.
As mesas comunitárias são estruturas grandes e abertas, colocadas em áreas centrais dos restaurantes. Não são reservadas a um único grupo; ao contrário, estão sempre disponíveis para quem chegar.
Pessoas sozinhas, casais ou pequenos grupos ocupam os assentos conforme a disponibilidade, compartilhando o espaço com outros clientes.
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Elas têm duas funções principais:
Esse modelo, porém, continua gerando debate. Muitos consumidores ainda valorizam privacidade e evitam sentar perto de outras mesas. Há quem se sinta desconfortável dividindo o espaço com estranhos ou perceba a experiência como uma invasão do próprio território emocional.
Mesmo com opiniões divididas, o retorno das mesas comunitárias mostra que a gastronomia acompanha as transformações sociais. Enquanto parte do público prefere refeições reservadas, a Geração Z reintroduz a ideia de sentar-se com desconhecidos como ferramenta de conexão e pertencimento.
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A tendência, antes vista como controversa, ganha novo significado entre jovens que buscam justamente o que sempre pareceu faltar na era digital: encontros genuínos.