Com mensagens ilimitadas, surgiram novos hábitos, principalmente entre os jovens: trocar mensagens o dia todo, flertar, mandar torpedos aleatórios / Pixabay
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Parece que foi há muito tempo, mas, na verdade, já se passaram 16 anos desde que o Whatsapp foi criado e, ao longo do tempo, avançou a passos largos, transformando completamente a forma como nos conectamos.
Hoje, o aplicativo é praticamente onipresente, permitindo que milhões de pessoas conversem e façam chamadas instantaneamente, a qualquer hora e em qualquer lugar.
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Mas você se lembra de como tudo acontecia quando o Whatsapp apenas engatinhava e ainda não era o sucesso que é hoje Naquela época, o envio de mensagens de texto ainda tinha seus limites, e as tarifas de ligação ainda pesavam no bolso de muita gente.
O SMS ilimitado era um verdadeiro fenômeno: permitia que usuários enviassem mensagens sem se preocupar com cada SMS enviado, revolucionando a comunicação entre amigos, familiares e até colegas de trabalho.
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Era uma época em que a ansiedade de receber uma mensagem não vinha das notificações do WhatsApp, mas da expectativa de ver o número de mensagens acumuladas no celular.
O mundo digital estava prestes a mudar, mas o SMS ilimitado foi, sem dúvida, um marco que deixou sua marca na história da comunicação brasileira. Ele mostrou como a liberdade de se comunicar, mesmo que por simples mensagens de texto, já era um desejo forte da sociedade muito antes dos aplicativos de hoje dominarem nossas conversas.
Veja como o WhatsApp é referência no Brasil, como o principal meio de comunicação, produzido pelo canal O Novo Mercado, disponível no YouTube:
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Imagine ter que pagar cada mensagem de texto enviada. Esse era o cenário até 2011. Mesmo com smartphones como o Iphone 4 e o Nokia N8, lançados em 2010, o SMS ainda reinava absoluto. A quantidade de mensagens enviadas crescia ano a ano, e os apps de mensagens ainda engatinhavam.
Em 2007, enviar um SMS custava mais de R$ 0,30. Em outros países, como Peru, Colômbia e China, os preços eram muito mais baixos, na faixa de R$ 0,08 a US$ 0,01. Com R$ 10 de crédito, você só conseguia enviar cerca de 30 mensagens no mês, quase inacreditável se comparado aos dias de hoje.
E se a mensagem tivesse foto ou vídeo, o preço chegava a R$ 0,99. Mesmo assim, os brasileiros já estavam viciados em SMS: em 2009 cada pessoa enviava, em média, 12 mensagens por mês, e esse número subiu para 21 no ano seguinte.
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Tudo mudou em 2011. Com o crescimento das redes sociais e os primeiros aplicativos de mensagens, as operadoras lançaram pacote de SMS ilimitados por um preço fixo. Quem tinha plano pré-pago, mais de 80% das linhas do país, podia pagar apenas R$ 0,50 por dia e mandar quantas mensagens quisesse.
Para se destacar, algumas operadoras ainda ofereciam bônus, aumentando ainda mais o volume de mensagens. Algumas registraram crescimento de até 250% nas mensagens enviadas. E, mesmo assim, quem não aderisse a promoções podia comprar pacotes com centenas de torpedos por preços bem menores do que antes.
Com mensagens ilimitadas, surgiram novos hábitos, principalmente entre os jovens: trocar mensagens o dia todo, flertar, mandar torpedos aleatórios e até o sexting começou a ganhar espaço. Responder rápido ou demorar para responder podia gerar desentendimentos, tamanha era a importância do SMS na comunicação do dia a dia.
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Algumas operadoras perceberam esses hábitos e criaram promoções especiais: SMS ilimitado à madrugada, alertas de ligações perdidas, e até mensagens codificadas em desenhos feitos com símbolos do teclado, os famosos ASCII art.
O sucesso do SMS levou a uma verdadeira guerra de promoções entre as operadoras. Pacotes exclusivos, torpedos grátis para números da mesma operadora, promoções-relâmpago e bônus progressivos para cada recarga.
Em 2012, a Claro oferecia até 1.000 para qualquer operadora por R$ 15, ou 300 torpedos por R$ 0,50 ao dia. A Vivo tinha pacotes menores, e a Tim oferecia ilimitados por R$ 0,50 ao dia ou R$ 9,90 por mês nos pós-pagos. A OI era mais cara, mas ainda tinha pacotes de 10 a 100 mensagens por valores acessíveis.
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O auge do SMS foi entre 2011 e 2013, a Oi, por exemplo, registrou1,3 bilhão de mensagens só em dezembro de 2013. Mas logo o serviço começou a perder espaço para aplicativos que usavam a internet, como WhatsApp, Skype e Viber.
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Outro ponto que ajudou a popularizar os apps foi a internet ilimitada que algumas operadoras ofereceram no início de 2013. Mesmo depois de acabar a franquia, o acesso continuava, apenas mais lento, até que o usuário recarregasse ou comprasse um novo pacote.
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Hoje, o WhatsApp e o Telegram dominam o mercado, mas o SMS ainda existe. Ele é usado principalmente para comunição como avisos de entregas ou alertas de serviços.
Mas é preciso cuidado: muitos golpes também chegam por SMS, então atenção ao clicar em links ou fornecer dados pessoais, veja também como recuperar mensagens perdidas no WhatsApp em apenas dois passos.