Viagem sai do eixo comum de turismo e pode te surpreender / Foto: Reprodução/Wikipédia
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Encravada em um mirante natural da Chapada Diamantina, Igatu, distrito de Andaraí, na Bahia, surpreende pela combinação de história, natureza bruta e turismo consciente.
Conhecida como a “Machu Picchu brasileira”, a vila oferece uma experiência singular em meio a ruínas de garimpo, trilhas, grutas e paisagens que parecem esculpidas pelo tempo.
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Com ruas de pedra, pousadas rústicas e um patrimônio arquitetônico que sobreviveu ao abandono após o fim do garimpo, Igatu se posiciona como um dos destinos mais fascinantes do Brasil para quem busca descobrir beleza, silêncio e autenticidade.
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A história de Igatu começa no século 19, impulsionada pela corrida dos diamantes, que transformou a Chapada Diamantina em um dos principais polos de mineração do país.
Seu crescimento acelerado ergueu dezenas de casas de pedra, vielas estreitas e estruturas impressionantes para uma vila isolada em meio às montanhas.
Com o declínio da mineração, a economia ruiu e a natureza começou a retomar seu território. Muitas construções foram abandonadas, criando o cenário quase arqueológico que hoje atrai visitantes de todo o mundo.
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As ruínas, preservadas e parcialmente engolidas pela vegetação, funcionam como um portal para um passado de trabalho árduo e resistência.
Atualmente, Igatu equilibra preservação e turismo. O casario histórico, as galerias a céu aberto e a paisagem montanhosa formam um conjunto que rendeu à vila o apelido de “Machu Picchu brasileira”, não por acaso: é uma das localidades mais cenográficas da Chapada.
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Chegar a Igatu já é parte da experiência: uma estrada de terra que serpenteia por montanhas secas e campos rupestres introduz o visitante ao clima do sertão baiano. Ao entrar na vila, o contraste fica ainda mais marcante, pedra, silêncio e vistas amplas que parecem cinematográficas.
Entre as atrações naturais, a Cachoeira da Califórnia se destaca. O acesso exige uma trilha longa, mas a recompensa é um grande poço cercado por paredões que refletem a luz do sol. Já a Gruna do Brejo, antiga mina de diamantes, permite visitas guiadas que exploram seus salões úmidos e histórias subterrâneas.
O rio Coisa Boa completa o circuito com pequenas quedas d’água, poços cristalinos e cantos perfeitos para banhos tranquilos. Ao redor da vila, campos de blocos rochosos oferecem ambientes ideais para escalada e boulder, atraindo aventureiros brasileiros e estrangeiros.
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O relevo rochoso e o entorno montanhoso transformaram Igatu em rota obrigatória para quem pratica esportes outdoor. Escaladores encontram vias icônicas entre paredões de quartzito, enquanto praticantes de boulder disputam setores formados por blocos naturais de tamanhos impressionantes.
A vila também integra travessias lendárias, como o percurso Mucugê–Igatu–Andaraí, que conecta vales, cânions e altiplanos de beleza rara. A caminhada revela vistas panorâmicas, formações geológicas singulares e o bioma árido que define a Chapada Diamantina em sua essência.
A combinação de altitude, clima seco e céu limpo cria noites especialmente marcantes: milhares de estrelas despontam acima das ruínas, fazendo de Igatu um destino ideal para quem busca experiências de contemplação e silêncio absoluto.
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Com poucas ruas, pousadas intimistas e hospitalidade conduzida por moradores, Igatu opera em um ritmo próprio, devagar, acolhedor e profundamente conectado ao território. Não há grandes hotéis nem fluxo intenso de veículos; a experiência é artesanal.
O turismo de base comunitária fortalece a economia local, substituindo de forma sustentável o antigo modelo extrativista do garimpo. Artesãos, guias ambientais, cozinheiras e artistas visuais compõem uma rede que protege o patrimônio material e imaterial da vila.
Esse tecido social consolidou Igatu como uma das localidades mais preservadas da Chapada Diamantina. Para quem procura um destino onde natureza, cultura e comunidade caminham juntas, a vila é uma descoberta obrigatória, um convite para desacelerar e sentir o sertão baiano em estado puro.
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