Turismo
Segundo a especialista em marketing de luxo Ana Paula Pappa, o segmento de alto padrão tem potencial para liderar globalmente práticas socioambientais
Com maior capacidade de investimento, influência cultural e alto nível de exigência dos viajantes, o turismo de alto padrão emerge como protagonista na transição para práticas responsáveis / Pexels
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A COP 30, em andamento no Brasil, intensificou discussões sobre clima, impacto ambiental e responsabilidade corporativa em diversos setores. No turismo, o debate ganha força ao mostrar que o luxo se tornou um dos segmentos mais estratégicos para liderar mudanças estruturais.
Com maior capacidade de investimento, influência cultural e alto nível de exigência dos viajantes, o turismo de alto padrão emerge como protagonista na transição para práticas responsáveis.
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A Organização Mundial do Turismo estima que o setor represente cerca de 8% das emissões globais de CO no mundo. Ao mesmo tempo, estudos como o Virtuoso Luxe Report revelam que 82% dos viajantes de alto padrão priorizam marcas com políticas ambientais consistentes.
A combinação desses fatores evidencia uma transformação já em curso: a ideia de luxo evoluiu e passou a incorporar propósito, impacto e responsabilidade.
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Para Ana Paula Pappa, especialista em marketing de luxo formada pela ESPM e FGV, e fundadora da Eleganza Comunica, o momento é decisivo para o país. “A COP 30 colocou o Brasil sob os holofotes e abriu espaço para mostrar ao mundo que é possível unir alta hospitalidade, preservação ambiental e impacto positivo. O turismo de luxo tem força para ditar tendências e, quando ele se move em direção à sustentabilidade, todo o setor acompanha”, afirma.
No Brasil, diversos empreendimentos de alto padrão já vêm adotando iniciativas ambientais que chamam atenção do mercado. O Emiliano São Paulo recebeu a certificação de Hotel Lixo Zero, reforçando a gestão responsável de resíduos e o compromisso ESG.
O Belmond Hotel das Cataratas, localizado dentro do Parque Nacional do Iguaçu, segue diretrizes rígidas de conservação. O Ibiti Projeto, em Minas Gerais, tornou-se referência em regeneração ambiental e desenvolvimento social. O Botanique Hotel & Spa, na Mantiqueira, trabalha sua arquitetura de forma integrada ao meio ambiente e possui uma vasta agenda de sustentabilidade.
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O Juma Lodge, na Amazônia, é reconhecido por modelos sólidos de preservação e relação com comunidades locais. Entre grupos internacionais, a rede Rosewood implementou a certificação GSTC em toda a operação global, reforçando um novo padrão para a hospitalidade.
Relatórios como o Global Sustainable Travel apontam que 74% dos viajantes brasileiros preferem opções sustentáveis, uma das maiores proporções do mundo. Essa mudança de comportamento, somada ao protagonismo do Brasil durante a COP 30, cria um ambiente favorável para reposicionar o país como referência em turismo de luxo consciente.
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Para Ana Paula, comunicar esse movimento exige profundidade, técnica e responsabilidade. “Sustentabilidade não pode ser apenas um discurso. É prática, consistência e transparência. No luxo, tudo comunica: a narrativa, a estética, a experiência. Quando a marca une sofisticação e impacto positivo, ela constrói reputação e valor de forma duradoura”, destaca.
A Eleganza Comunica, agência de marketing boutique fundada por Ana Paula em 2021, atua justamente na tradução estratégica desses pilares para marcas do turismo de alto padrão, desenvolvendo narrativas que valorizam propósito, autenticidade e diferenciação em um mercado cada vez mais atento ao impacto socioambiental.
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