O Relatório Mundial da Felicidade 2025 revela o outro extremo do ranking global, destacando países marcados por crises humanitárias, conflitos e desigualdades que impactam diretamente o bem-estar da população / Lara Jameson/Pexels
Quando o assunto é felicidade global, o debate costuma girar em torno dos países que lideram o ranking, como a Finlândia, que ocupa o primeiro lugar desde 2018. Mas e o outro extremo da lista? O que revelam os dados sobre as nações onde a população avalia sua própria vida de forma mais negativa?
Em 2025, o World Happiness Report também lança luz sobre essas realidades menos celebradas, expondo desigualdades profundas, crises humanitárias e desafios estruturais que impactam diretamente o bem-estar de milhões de pessoas.
Continua depois da publicidade
Veja também: pesquisa internacional aponta capital brasileira como pior destino turístico do mundo.
Baseado em dados abertos de mais de 140 países e em análises conduzidas por pesquisadores de diferentes áreas, o relatório utiliza uma pergunta simples, porém reveladora: em uma escala de 0 a 10, como as pessoas avaliam a qualidade de suas próprias vidas? Ao todo, 147 países foram classificados neste ano.
Continua depois da publicidade
Entre os 30 últimos colocados, os considerados mais infelizes do mundo, 21 estão localizados no continente africano, evidenciando a persistência de desigualdades globais.
A seguir, veja quais países ocupam as últimas posições do ranking de felicidade em 2025 e os principais fatores que ajudam a explicar esses resultados:
30º lugar Índia: Apesar de ter subido oito posições em relação a 2024, a Índia ainda enfrenta desafios profundos. Superlotação urbana, degradação ambiental, escassez de água e preocupações com a segurança das mulheres pesam no bem-estar coletivo, mesmo em um país que abriga uma das sete maravilhas do
mundo, o Taj Mahal/ Ishay Botbol/Pexels
29º Chade: A vida em Chade é marcada pela pobreza extrema, instabilidade política e criminalidade violenta. A desnutrição infantil é alarmante, enquanto a fome segue como parte do cotidiano de grande parte da população/ Faruk Tokluoğlu/Pexels
28º Burkina Faso: Mais de dois milhões de pessoas estão deslocadas devido à violência extremista. A crise humanitária se intensifica com a fragilidade da segurança, deixando milhões sem abrigo ou meios para reconstruir suas vidas/ Murat Kahraman/Pexels
27º Benim: A combinação de pobreza elevada, serviços sociais limitados e altas taxas de natalidade pressiona uma infraestrutura já frágil. Quase 40% da população vive abaixo da linha da pobreza/ jbdodane/Wikimedia Commons
26º Somália: Décadas de guerra, instabilidade política e eventos climáticos extremos marcaram a trajetória recente do país. A seca entre 2021 e 2023 empurrou quase metade da população para a insegurança alimentar/ Mo Liban/Pexels
25º Mali: Violência armada, epidemias e desastres naturais seguem afetando o país. Segundo a UNICEF, mais de sete milhões de pessoas necessitam de ajuda humanitária urgente/ Ferdinand Reus/Wikimedia Commons
23º Gana: Antes visto como promissor, Gana enfrenta hoje um colapso econômico que levou grande parte da população a considerar a emigração como única alternativa/ Seyiram Kweku/Pexels
22º Myanmar: A trajetória do país é marcada por instabilidade contínua. Golpes militares, conflitos internos e a pobreza estrutural moldam o seu cotidiano. Desde 1996, sanções internacionais aprofundam o isolamento da nação e dificultam ainda mais seu desenvolvimento econômico e social/ Sippakorn Yamkasikorn/Pexels
21º Togo: Apesar de uma melhora desde 2013, o país ainda sofre com corrupção sistêmica, fragilidade institucional, preocupações com a segurança e dificuldades econômicas afetam o otimismo da população/ H. Grobe/Wikimedia Commons
20º Jordânia: com o avanço da pobreza e do desemprego, somados a restrições políticas que ampliam o sentimento de frustração entre a população. Além disso, conflitos em países vizinhos atravessam suas fronteiras e mantêm os cidadãos cercados por instabilidade, tanto no cenário interno quanto no regional/ Andrea Imre/Pexels
19º Libéria: A baixa felicidade na Libéria está ligada à fragilidade de suas instituições e à debilidade do Estado de Direito. A pobreza e a corrupção fazem parte do cotidiano, travam o desenvolvimento do país e alimentam um ciclo persistente de desconfiança em relação aos detentores do poder/ B. Aristotlè Guweh Jr/Pexels
18º Madagascar: A pobreza extrema se agrava com a recorrência de ciclones e períodos prolongados de seca. A precariedade da infraestrutura e da governança dificulta a chegada de ajuda humanitária, enquanto comunidades isoladas acabam enfrentando seus desafios longe dos olhos do poder público e da comunidade internacional/ Léonide Mahajanjy/Pexels
17º Zâmbia: Marcada pela pobreza e pelas consequências duradouras da pandemia de COVID-19. O avanço das secas compromete a agricultura e os meios de subsistência, enquanto pesquisas recentes apontam uma insatisfação generalizada da população com os rumos econômicos e políticos do país/ Lawrence Chileshe Kudos/Pexels
16º Etiópia: Conflitos internos contínuos, surtos de doenças e secas recorrentes agravam as dificuldades do país. Diante do agravamento das crises humanitárias, a população passa a enfrentar desafios contínuos e cada vez mais severos/ Abuti Engidashet/Pexels
15º Sri Lanka: No Oceano Índico, o Sri Lanka caiu cinco posições no
ranking de felicidade, aproximando-se das últimas colocações, enquanto a população segue enfrentando turbulência política e colapso econômico. Para analistas, o momento atual representa a mais grave crise desde a independência do país, em 1948/ Kajanan Selvaranjan/Pexels
14º Bangladesh: Com sua pior colocação até agora no
ranking, caindo do 129º para o 134º lugar, o que o posiciona Bangladesh como o décimo quarto país mais infeliz do
mundo. Tensões sociais e políticas, somadas às dificuldades econômicas, abalaram a confiança da população e ampliaram as incertezas em relação ao futuro do país/ Rezoana Amin Rayna/Pexels
13º Egito: Marcado pela instabilidade política e pela desigualdade econômica. A população enfrenta problemas persistentes de má governança e concentração de renda, fatores que alimentam uma insatisfação prolongada e transmitida ao longo de gerações/ Maël BALLAND/Pexels
12º Tanzânia: A posição desfavorável da Tanzânia no
ranking está relacionada às frágeis conexões sociais e à falta de confiança entre os cidadãos. Mesmo com avanços graduais em alguns setores, a sensação de desconexão persiste e deixa grande parte da população sem apoio e insegura em relação ao futuro de suas comunidades/ Blue Ox Studio/Pexels
11º Eswatini: Na África Austral, Eswatini (antiga Suazilândia) segue enfrentando altos índices de desemprego e pobreza. Mais da metade da população vive abaixo da linha da pobreza, enquanto grande parte dos cidadãos permanece excluída de oportunidades reais de ascensão social/ Khaya Motsa/Pexels
10º Lesoto: Mesmo com uma leve melhora na pontuação em relação a 2024, mas a infelicidade segue predominante no país. A instabilidade política, a fragilidade econômica e a desigualdade elevada continuam a definir o cotidiano da população, enquanto os avanços permanecem frágeis e o futuro, incerto para a maioria dos cidadãos/ Netroamer/Wikimedia Commons
9º Comores: A queda de sete posições reflete a vulnerabilidade econômica e a escassez de recursos seguem como obstáculos centrais ao bem-estar da população, enquanto a recorrência de ciclones, assim como em Madagascar, mantém os cidadãos em constante situação de vulnerabilidade/ Woodlouse/Wikimedia Commons
8º Iêmen: A guerra civil no Iêmen, iniciada em 2014, segue deslocando milhões de pessoas e deixando mais de 18 milhões em situação de extrema necessidade de ajuda humanitária. Antes melhor posicionado no índice de felicidade, o país viu sua classificação despencar diante do impacto devastador que o conflito prolongado exerce sobre a vida cotidiana da população/ Bernard Gagnon/Wikimedia Commons
7º República Democrática do Congo: Em um cenário marcado por violência, fome e surtos de doenças que pressionam um sistema de saúde já fragilizado. A instabilidade constante e os conflitos recorrentes contribuíram para uma nova queda no
ranking, impedindo que grande parte da população alcance condições mínimas de bem-estar/ Night Eulen/Wikimedia Commons
6º Botsuana: Antes visto como exemplo de estabilidade, o país enfrenta hoje aumento da pobreza, do desemprego e da desigualdade que tem corroído o otimismo da população/ Elziki/Wikimedia Commons
5º Zimbábue: A hiperinflação, má gestão econômica e um clima de insatisfação generalizada continua sendo a maior luta do Zimbábue. A crise do custo de vida, com inflação próxima de 86% na moeda local, aprofundou as dificuldades da população e contribuiu para a queda do país no
ranking/ Shack Dwellers International/Wikimedia Commons
4º Malawi: Com oito posições abaixo no
ranking no último ano. Desde 2012, o país enfrenta um processo contínuo de deterioração, marcado pela pobreza persistente, poucas oportunidades e uma governança precária que enfraquece as perspectivas de um futuro melhor/ Ammad Rasool/Pexels
3º Líbano: A infelicidade do Líbano é resultado de décadas de instabilidade política, colapso econômico e conflitos regionais. A emigração em massa esvaziou o país, que permanece refém de disfunções internas e de pressões externas além de seu controle/ Yoniw/Wikimedia Commons
2º Serra Leoa: Em penúltimo lugar do
ranking, marcada por décadas de corrupção, concentração de poder e instituições frágeis. A pobreza extrema obriga grande parte da população a lutar diariamente para atender às necessidades mais básicas/ SAMUEL KONIKA/Pexels
1º Afeganistão: Pelo segundo ano consecutivo, o Afeganistão ocupa a última posição, marcado por décadas de guerra, instabilidade política e severas restrições às liberdades individuais. Mulheres e meninas, em especial, seguem impedidas de acessar o ensino médio e superior, o que aprofunda ainda mais as desigualdades e a crise social no país/ ASADULLAH ALIZADA/Pexels


Continua depois da publicidade