Areias brancas de Cabo Frio são atribuídos a solo antigo rico em quatzo / Imagem: Arielom10/Wikimedia Commons
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Quando pisamos na areia quente das praias brasileiras, mal imaginamos as camadas geológicas que se escondem sob nossos pés. Mas cada grão conta uma história de milhões de anos, revelando formações rochosas únicas.
As praias do Brasil, diferentemente de muitas no mundo, escondem principalmente rochas magmáticas como granito e basalto em suas camadas mais profundas. Essa composição influencia desde a cor da areia até a formação das paisagens costeiras.
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Logo abaixo dos pés dos banhistas, existe um mundo pouco explorado. A primeira camada é de areia solta, mas conforme se aprofunda, encontra-se o arenito - uma formação compacta e dura que exige equipamentos especiais para ser perfurada.
Água mole, pedra dura, tanto bate até que tritura - esse ditado explica bem como as rochas se transformam na areia que vemos hoje. O processo leva milhões de anos e depende de fatores como ondas, ventos e composição original das rochas.
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Nas praias do Brasil, a camada final abaixo do arenito é predominantemente de rochas magmáticas. Isso ocorre porque nosso litoral foi formado por processos vulcânicos antigos, diferentemente de praias como as do Mediterrâneo, onde predomina o calcário.
Essa composição única afeta desde a cor da areia até a formação de falésias e morros costeiros. O granito e basalto são mais resistentes à erosão, criando paisagens distintas das encontradas em outras partes do mundo.
O litoral brasileiro também tem uma praia considerada tesouro nacional de areias douradas.
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Além da importância geológica, a areia das praias brasileiras tem potencial econômico. O silício presente pode ser usado na indústria de microchips, embora sua extração em áreas costeiras seja controlada para preservar o meio ambiente.
A areia também é crucial para construção civil, sendo componente essencial do concreto. No entanto, especialistas alertam para a necessidade de explorar esses recursos de forma sustentável, protegendo nossos ecossistemas costeiros.
As dunas escondem camadas ainda mais complexas, com variações de umidade e composição que contam a história climática da região. Em algumas áreas, é possível encontrar fósseis e sedimentos de eras passadas.
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Estudar essas formações ajuda cientistas a entenderem mudanças climáticas históricas e a preverem transformações futuras em nosso litoral, tornando a areia muito mais que simples grãos sob nossos pés.
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