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Lindas e perigosas: veja a lista das praias brasileiras que mais registram ataques de tubarão

Esses locais obrigam banhistas e autoridades a redobrarem a atenção antes de entrar na água

Jeferson Marques

Publicado em 05/12/2025 às 16:04

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Há praias no Brasil que também são as favoritas dos tubarões / Imagem gerada por IA

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O litoral brasileiro é vasto, diverso e, na imensa maioria das vezes, seguro para banho. Mas alguns trechos em Pernambuco e em poucos outros pontos do país ganharam fama de “praias do medo” por concentrar o maior número de ataques de tubarão registrados no Brasil. Mesmo com risco estatisticamente baixo, a combinação de mar urbano, degradação ambiental e muita gente na água fez desses lugares um caso de estudo mundial.

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Recordista

O estado de Pernambuco concentra, de longe, o maior número de incidentes com tubarões no país, com destaque para a Região Metropolitana do Recife. Estudos que cruzam dados do Comitê Estadual de Monitoramento de Incidentes com Tubarões (Cemit) e de arquivos internacionais apontam que a maioria dos ataques brasileiros acontece ali, em um trecho relativamente pequeno de costa, entre Recife, Jaboatão dos Guararapes e Cabo de Santo Agostinho.

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Boa Viagem

Cartão-postal de Recife, a Praia de Boa Viagem é também o ponto com mais registros de ataques de tubarão no Brasil. Desde o início dos registros oficiais, em 1992, foram mais de 60 ocorrências e cerca de 25 mortes, quase sempre em áreas onde o mar é mais fundo, além da barreira de recifes. Por isso, a orla exibe dezenas de placas de alerta, e bombeiros e guardas-vidas reforçam as orientações para que banhistas fiquem nas piscinas naturais rasas e respeitem a sinalização.

Piedade

Ao lado de Boa Viagem, já em Jaboatão dos Guararapes, a Praia de Piedade acumula mais de 20 ataques desde os anos 1990. Foi ali que aconteceram dois incidentes em dias consecutivos em 2023, envolvendo um adolescente e uma jovem adulta que tiveram membros amputados após as mordidas. O histórico levou o poder público a reforçar campanhas de prevenção, restringir esportes aquáticos em trechos críticos e intensificar o monitoramento na faixa de mar mais perigosa.

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Cabo de Santo Agostinho

Seguindo o litoral para o sul, praias de Cabo de Santo Agostinho – como Paiva e Gaibu – também aparecem nas estatísticas. O município registra ao menos seis ataques desde a década de 1990, em um litoral que mistura áreas de balneário com proximidade de estuários, portos e zonas de forte intervenção humana. O avanço de empreendimentos costeiros, como o complexo portuário de Suape, é citado por pesquisadores como um dos fatores que alteraram o comportamento dos animais na região.

Fernando de Noronha

Mesmo mais distante do continente, o arquipélago de Fernando de Noronha também registra incidentes com tubarões, especialmente em áreas como a Baía do Sueste e a Cacimba do Padre. Desde meados da década de 2010, são mais de dez ocorrências, todas não fatais até agora, envolvendo principalmente mordidas em braços e pernas durante mergulhos e flutuações. O aumento dos casos levou o ICMBio a instalar placas de alerta e, em alguns episódios, a fechar temporariamente trechos de praia para banho.

Outras praias

Fora de Pernambuco, os registros são bem mais esparsos. Há casos pontuais em trechos do litoral de São Paulo, como São Sebastião, e em praias do Nordeste como Atalaia, em Aracaju (SE). Ainda assim, nenhuma outra região brasileira chega perto da concentração de ataques observada na Grande Recife, o que faz do estado um ponto fora da curva nas estatísticas mundiais.

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Por que ali

Pesquisadores apontam um conjunto de fatores que ajudam a explicar a concentração de incidentes em Pernambuco: canais profundos muito próximos da praia, que funcionam como “rodovias” para tubarões; degradação de manguezais e estuários, que reduz a oferta de alimento e empurra os animais para mais perto da costa; construção de grandes obras portuárias; e presença de água mais turva, que dificulta a visão dos predadores. Espécies como tubarão-tigre e tubarão-cabeça-chata, responsáveis pela maioria dos ataques, se adaptam bem a esse cenário.

Risco real

Apesar da fama, especialistas lembram que o risco de um banhista ser atacado por tubarão continua muito baixo quando comparado à quantidade de pessoas que frequentam essas praias todos os anos. Ainda assim, autoridades locais mantêm um pacote de medidas: restrições a esportes de pranchas, monitoramento com embarcações, redes ou drumlines em áreas específicas, campanhas educativas e, em casos extremos, interdição temporária de trechos do mar.

A recomendação geral é seguir as placas, evitar nadar em mar profundo ou perto de desembocadura de rios, não entrar na água sozinho e respeitar orientações dos bombeiros.

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