Turismo
Se tudo ocorrer como planejado, ele fará parte de um projeto pioneiro a concretizar uma nova visão de vida e urbanismo
Agência Diário
Publicado em 11/11/2025 às 16:42
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MV Narrative promete conforto de uma cidade moderna em alto-mar, com cinema, mercado, banco e até hospital a bordo. / Reprodução/CNBC
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Um novo conceito de moradia está chamando a atenção do mundo. Com apenas 28 anos, o americano Austin Wells decidiu trocar a rotina em terra firme por uma vida no mar. Ele investiu US$ 300 mil para morar durante 12 anos em um navio-residência que vai dar a volta ao planeta.
O jovem, natural de San Diego, vai viver a bordo do MV Narrative, um empreendimento da empresa Storyline, que une luxo, sustentabilidade e tecnologia. A ideia é simples: transformar o navio em uma verdadeira cidade flutuante.
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Wells pretende continuar trabalhando remotamente enquanto o navio navega por oceanos e faz paradas em dezenas de países. “Quero viver bem, economizar e conhecer o mundo sem abrir mão do trabalho”, disse ele em entrevista recente.
O MV Narrative é um projeto idealizado pelos empreendedores Alister Punton e Shannon Lee. A embarcação deve zarpar oficialmente em 2027 e abrigará cerca de mil moradores em 500 residências privadas. As opções vão de estúdios compactos a coberturas de luxo com vista panorâmica.
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O estúdio de Wells, com 22 m², conta com banheiro, despensa, cama retrátil e uma escrivaninha voltada para o mar. Mas o grande atrativo está nas comodidades que lembram uma cidade completa: academia, cinema, mercado, biblioteca, piscina e até um hospital e banco próprios.
O navio também oferecerá serviços de quarto e atendimento personalizados, prometendo conforto e segurança para quem escolher viver em movimento constante. Veja algumas imagens do navio no vídeo abaixo, do canal Sacramento Bee:
De acordo com o jovem, viver no navio é mais econômico do que manter um apartamento em San Diego, onde o aluguel médio ultrapassa US$ 2.500 mensais. No MV Narrative, ele estima gastar cerca de US$ 2.000 por mês, incluindo moradia, alimentação e serviços.
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Além da economia, o novo estilo de vida permitirá que ele explore diferentes culturas e paisagens. Cada parada do navio deve durar entre três e cinco dias, oferecendo tempo suficiente para conhecer os destinos sem deixar o “lar”.
Essa flexibilidade é possível graças ao avanço do trabalho remoto, tendência acelerada após a pandemia. Segundo especialistas da Universidade de Stanford, o modelo híbrido ou 100% remoto já é uma realidade para mais de 25% dos trabalhadores nos Estados Unidos.
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O MV Narrative foi planejado para ser autossustentável, com painéis solares, sistemas de reciclagem e reaproveitamento de água. A empresa responsável afirma que a embarcação será uma das mais eficientes do mundo em emissões de carbono, contribuindo para reduzir impactos ambientais.
O objetivo é criar uma comunidade internacional conectada pela tecnologia e pela busca por qualidade de vida. “Queremos que os moradores sintam que estão em casa, mesmo a milhares de quilômetros de qualquer continente”, afirmam os fundadores da Storyline.
De acordo com a empresa, o navio passará por todos os continentes, visitando cidades da Europa, América, Ásia e Oceania. A experiência, segundo eles, combina turismo, bem-estar e pertencimento global.
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O conceito de navios-residência tem ganhado força. Pesquisas recentes publicadas na revista científica Travel & Society indicam que a busca por “moradias móveis” aumentou 40% entre 2022 e 2024, impulsionada pelo desejo de liberdade geográfica e pela digitalização do trabalho.
Além do MV Narrative, outros projetos semelhantes estão em andamento, como o Somnio e o Njord, navios que também prometem combinar luxo e sustentabilidade. Especialistas afirmam que essas iniciativas podem representar uma nova forma de viver e trabalhar — mais flexível, global e conectada à natureza.
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Se tudo ocorrer como planejado, o MV Narrative será o primeiro a concretizar essa visão: uma cidade flutuante com escolas, lojas, consultórios e moradores de todas as partes do mundo. Para muitos, é o futuro da moradia — para Austin Wells, o presente já começou.
