Famosa rota K3/4 dura quase uma semana e isola pessoas do mundo / Imagem criada por IA
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Às primeiras horas da manhã, o trem internacional que conecta Pequim a Moscou inicia uma das viagens mais longas e simbólicas do planeta. São mais de 7.600 quilômetros cruzando três países, uma travessia que dura cerca de seis dias e transforma a paisagem — e quem está a bordo. E ela é é operada historicamente pelo China Railway K3/4.
O trem deixa para trás a capital chinesa e segue rumo ao deserto do Gobi, atravessa as estepes da Mongólia e avança pela imensidão gelada da Rússia. Durante longos trechos, o mundo exterior desaparece: o sinal do celular some, as paradas são curtas, e os passageiros vivem praticamente isolados em uma cápsula sobre trilhos. É uma experiência de silêncio, introspecção e mudança gradual de culturas vistas pela janela.
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Dentro do trem, a vida obedece a outro relógio. Cabines pequenas, refeições simples, conversas com desconhecidos que se tornam companheiros de jornada. O tempo desacelera. Os viajantes leem, observam a paisagem, dormem, repetem. Para muitos, é justamente essa suspensão da realidade que faz da rota algo lendário.
Apesar de sua fama global, a rota entre Pequim e Moscou não retomou sua operação regular após a pandemia. Testes e discussões sobre reativação acontecem, mas não há previsão plena e oficial. Ainda assim, a viagem permanece no imaginário como uma das experiências ferroviárias mais intensas do mundo.
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A rota não é apenas um deslocamento: é um mergulho em outro ritmo, uma pausa obrigatória nas urgências digitais e um convite para observar três países em transição constante. Para quem embarca, a sensação é clara — por alguns dias, o mundo fica realmente para trás.
*Com informações da Travel China Guide e Railway K3/4