Turismo
Com mais de 159 mil quilômetros quadrados, Altamira sozinho é maior que países inteiros, como Grécia, Uruguai, Tunísia ou Portugal
Para se ter ideia da dimensão, Altamira é maior que o estado do Ceará / Divulgação/Prefeitura Altamira
Continua depois da publicidade
Pouco conhecido pela maioria dos brasileiros, o município de Altamira, no sudoeste do Pará, guarda um título surpreendente: é o maior município em extensão territorial do Brasil. Com mais de 159 mil quilômetros quadrados, Altamira sozinho é maior que países inteiros, como Grécia, Uruguai, Tunísia ou Portugal.
Para se ter ideia da dimensão, Altamira é maior que o estado do Ceará e quase do tamanho do Suriname e da Guiana Francesa juntos. É tanta terra que caberiam mais de 1.200 cidades do tamanho de São Paulo (capital) dentro de seus limites. E ainda sobraria espaço.
Continua depois da publicidade
Apesar disso, Altamira não é uma metrópole. A cidade tem pouco mais de 120 mil habitantes espalhados por uma área gigantesca, o que torna sua densidade populacional extremamente baixa. Isso significa que, por quilômetros e quilômetros, o que se vê são áreas de floresta, rios, campos e reservas naturais, um cenário típico da região amazônica.
Localizada na região conhecida como Xingu, Altamira também ficou famosa nos últimos anos por abrigar a Usina Hidrelétrica de Belo Monte, um dos maiores empreendimentos de geração de energia da América Latina.
Continua depois da publicidade
Maior igreja do Brasil tem tamanho de 20 campos de futebol e só perde para o Vaticano
A construção do complexo foi motivo de intensos debates e dividiu opiniões no Brasil e no exterior, por seu impacto ambiental e social na região.
Além disso, Altamira abriga parte de importantes áreas de preservação ambiental, como o Parque Nacional da Serra do Pardo e a Reserva Biológica Nascentes da Serra do Cachimbo, além de terras indígenas e áreas ribeirinhas de enorme importância ecológica.
Continua depois da publicidade
Administrar um município desse tamanho é uma tarefa complexa. As distâncias entre a sede da cidade e algumas de suas vilas e comunidades rurais podem ultrapassar 500 quilômetros, exigindo longas viagens por estradas de terra ou, muitas vezes, por rios.
A logística para saúde, educação e transporte é um verdadeiro desafio, e a presença do Estado muitas vezes não chega com a rapidez ou frequência necessárias.
Apesar das dificuldades, Altamira também é um símbolo da resistência amazônica. Seus moradores, incluindo comunidades indígenas, ribeirinhas, agricultores e imigrantes de várias partes do país, convivem com a natureza em uma das regiões mais ricas e ameaçadas do planeta.
Continua depois da publicidade
Altamira pode não ter os arranha-céus de São Paulo ou o turismo internacional do Rio de Janeiro, mas possui algo raro: uma imensidão de território que representa, em si, a grandiosidade do Brasil.
É uma cidade onde o tempo parece seguir outro ritmo, onde a conexão com a terra, os rios e a floresta dita o cotidiano.
E se você acha que conhece o Brasil, talvez ainda não tenha conhecido Altamira, onde o espaço parece não ter fim, e onde a natureza ainda dita as regras.
Continua depois da publicidade
A forma mais prática para chegar a Altamira saindo de São Paulo é por via aérea. Não existem voos diretos, então é necessário fazer conexão em cidades como Brasília, Belém ou Manaus. O tempo total de viagem, incluindo escala, varia entre 6 e 9 horas. O aeroporto de chegada é o Aeroporto de Altamira (ATM), localizado a cerca de 8 km do centro da cidade.
Para quem prefere viajar de carro, a distância entre São Paulo e Altamira é de aproximadamente 2.500 km. O trajeto passa por rodovias federais como a BR-153 e a Transamazônica (BR-230). É uma viagem longa, que pode levar mais de 40 horas, dependendo das condições das estradas e do trânsito, pois alguns trechos têm pouca infraestrutura.
Continua depois da publicidade