Gramado vai endurecer regras para abordagens em ambientes internos / Divulgação/Gramado Oficial
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Gramado, um dos destinos turísticos mais românticos e visitados do Brasil, está enfrentando uma crise de imagem devido a um problema recorrente: a abordagem insistente de turistas para a venda de cotas hoteleiras.
A situação gerou revolta nas redes sociais e mobilizou a Prefeitura, que agora promete medidas ainda mais rígidas para coibir a prática.
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“Está insuportável passear em Gramado. A cada 20 passos que você dá, tem alguém te abordando”, relatou uma turista em post nas redes sociais, refletindo a insatisfação generalizada entre os visitantes.
A prática funciona com promessas de brindes, jantares e ingressos para atrativos turísticos, mas muitas vezes evolui para abordagens invasivas dentro de estabelecimentos como lojas, restaurantes, hotéis e até mesmo dentro de atrações.
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A venda de frações de empreendimentos hoteleiros — conhecida como “cotas” — já é antiga na região, mas voltou a ganhar destaque pelo nível de insistência e, em alguns casos, denúncias de coação.
Desde 2023, um decreto municipal proíbe esse tipo de abordagem em vias públicas de Gramado. Além disso, é vedada a captação de clientes em áreas externas, como recuos de calçadas. No entanto, a prática migrou para o interior dos estabelecimentos, o que fez a Prefeitura decidir por novas ações.
Ao portal ABC Mais, o prefeito Nestor Tissot foi direto: “Está um assunto chato, ridículo. O turista fica indignado com isso. Vamos estudar uma lei para regulamentar a atuação dentro dos estabelecimentos. O alvará é para fins específicos, não para vender cota”, afirmou.
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A Prefeitura busca respaldo jurídico para fiscalizar e, se necessário, punir quem insistir na venda de cotas fora da finalidade do negócio. A ideia é evitar que a experiência dos visitantes continue sendo prejudicada.
Gramado quer preservar sua imagem turística
O gestor municipal também afirmou que outros temas polêmicos estão sendo analisados, como a proibição de personagens na famosa Rua Coberta e a regulamentação do uso de patinetes elétricos, visando preservar a segurança e o bem-estar dos turistas.
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“Investimos em eventos, propaganda, segurança. Tudo isso para atrair turistas. Não podemos permitir que abordagens agressivas joguem esse esforço fora”, desabafou Tissot, pedindo o apoio de sindicatos e empresários para conscientizar seus associados.
Canela também vai agir contra a abordagem comercial
A cidade vizinha de Canela, igualmente turística e querida pelos visitantes da Serra Gaúcha, também está se movimentando. Nesta terça-feira (29), uma audiência pública foi realizada para debater a proibição total da abordagem comercial nas ruas.
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O vereador Lucas Dias (PSDB), autor da proposta, alertou: “Essa insistência está afastando turistas e manchando a imagem de Canela. Se queremos uma cidade forte e acolhedora, a mudança precisa começar agora”.
Canela já possui uma lei municipal que, desde 2023, proíbe a panfletagem e qualquer tipo de abordagem comercial direta ou indireta em espaços públicos.