A cidade brasileira onde o feio foi banido e segue proibido até hoje

Em Pomerode, no interior de Santa Catarina, a palavra-chave é “beleza”. Nesta cidade de raízes alemãs, o feio é praticamente banido: não há muros altos, concreto cinza nem desordem visual.

O município decidiu preservar sua identidade cultural e arquitetônica, transformando cada rua em um retrato vivo da tradição germânica.

Diferente da maioria das cidades brasileiras, que cresceram de forma desordenada, Pomerode apostou na harmonia estética.

Com casas em estilo enxaimel, cores suaves e regras rigorosas de construção, o município construiu uma imagem que une tradição, qualidade de vida e valorização do turismo, tornando-se um verdadeiro exemplo de planejamento urbano culturalmente consciente.

Galeria: veja algumas imagens da cidade

Normas que definem a aparência da cidade

A preservação de Pomerode é resultado de leis específicas que determinam o que pode e o que não pode ser construído.

Edificações modernas em concreto ou estilos destoantes são proibidas no centro histórico, e os prédios têm altura limitada para não quebrar a harmonia visual do conjunto.

Os muros altos e fechados não são permitidos, e os telhados devem obrigatoriamente usar telhas de barro.

Materiais metálicos ou reflexivos, como o zinco, são vetados, e as cores das fachadas seguem uma paleta discreta. Assim, o cenário urbano mantém a coerência estética que é marca registrada da cidade.

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Cultura viva e patrimônio preservado

O encanto de Pomerode vai além da arquitetura: o patrimônio cultural também continua ativo. As influências da colonização alemã aparecem na língua, ensinada nas escolas, e nas casas centenárias que ainda resistem ao tempo.

As festas típicas, como a Osterfest e a Festa Pomerana, reforçam o sentimento de pertencimento e atraem visitantes de todo o país.

Mais do que uma cidade turística, Pomerode é um espaço onde o passado e o presente convivem naturalmente, sem precisar de encenações para manter viva sua herança cultural.

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Ordem e cuidado como compromisso coletivo

A estética impecável de Pomerode não é apenas fruto de regras, mas de uma consciência comunitária. Os moradores cuidam das calçadas, mantêm os jardins bem podados e zelam pela limpeza das ruas. Pichações, lixo fora do lugar ou barulho excessivo não têm espaço.

Esse compromisso coletivo fortalece o senso de pertencimento e gera orgulho entre os habitantes.

O resultado é uma cidade limpa, silenciosa e acolhedora, onde a organização se transformou em um dos principais atrativos turísticos e em um símbolo de identidade local.

Os desafios de manter a beleza e a tradição

Preservar o padrão visual e cultural de Pomerode exige investimentos constantes. Reformas devem seguir normas rígidas, o que encarece materiais e mão de obra. Além disso, o clima úmido da região aumenta os custos de manutenção.

Esse cuidado com a estética também impacta o mercado imobiliário: os terrenos e casas se valorizaram muito, e viver em Pomerode pode se tornar inviável para quem tem renda mais baixa.

Assim, a cidade que encanta pela beleza e organização também enfrenta o desafio de equilibrar tradição e inclusão social, como mostra o vídeo de Diogo Elzinga no You Tube: