A TV 3.0 é a evolução da TV Digital e chega ao Brasil agora em 2026 / Imagem gerada por IA/DL
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A chamada TV 3.0 é a nova geração da TV digital aberta no Brasil. Ela é a evolução do sistema que já usamos hoje, mas com imagem melhor, som de cinema e recursos de internet embutidos. Em 2025, o governo federal definiu oficialmente que o país vai adotar essa tecnologia como padrão para o futuro da televisão aberta, em um processo que deve levar de 10 a 15 anos de transição.
Na prática, a TV 3.0 continua chegando pela antena, de graça, como sempre foi. A diferença é que o padrão técnico é muito mais avançado. Ele permite transmissões em 4K e até 8K, com cores mais vivas, contraste melhor e áudio imersivo, semelhante ao que se vê em plataformas de streaming e em cinemas. Ao mesmo tempo, o sinal passa a conversar com a internet: quem tiver a TV conectada poderá acessar recursos extras, mas o canal principal segue disponível mesmo para quem não tem banda larga em casa.
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Para o telespectador, a grande mudança é que o canal deixa de ser apenas “o número” no controle remoto e passa a funcionar como se fosse um aplicativo. Ao entrar na emissora, será possível assistir ao vivo, escolher programas sob demanda, rever reportagens, acessar conteúdos extras, dados de partidas de futebol ou mapas dentro do próprio telejornal. Em jogos, por exemplo, o público poderá escolher câmeras diferentes, mudar a narração ou ouvir apenas o som da torcida. Em novelas e programas de entretenimento, a interatividade abre espaço para enquetes, bastidores e finais alternativos.
Outra aposta do governo é usar a TV 3.0 como porta de entrada para serviços públicos. A ideia é criar uma plataforma comum em que o cidadão possa, pela televisão, consultar benefícios, agendar atendimentos, receber alertas de emergência e acessar informações oficiais. Isso é especialmente importante para quem não tem computador ou celular com internet, mas tem uma TV em casa: a nova tecnologia vira um instrumento de inclusão digital.
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Para as emissoras, a mudança é estratégica. Com a TV 3.0, elas ganham ferramentas para competir com o streaming e com as grandes plataformas digitais. A publicidade pode ser mais segmentada e interativa, é possível vender produtos direto na tela, oferecer conteúdos premium e criar vários subcanais dentro da mesma faixa de frequência. Em contrapartida, será preciso investir pesado em novos transmissores, adaptar estúdios, treinar equipes e desenvolver formatos pensados desde o início para a interatividade.
A implantação será gradual. As primeiras transmissões regulares estão previstas a partir de 2026, começando pelas grandes capitais. Durante muitos anos, o sistema atual e a TV 3.0 vão conviver. Quem tem televisores antigos não ficará sem sinal: assim como aconteceu na troca da TV analógica pela digital, serão usados conversores para receber o novo padrão. O próprio governo estuda programas para ajudar as famílias de baixa renda a terem acesso a esses aparelhos.
Apesar das promessas, a TV 3.0 traz desafios. Um deles é garantir que o custo de televisores e conversores não crie um “apartheid digital” entre quem pode ou não aproveitar os benefícios. Outro ponto é a proteção de dados: como haverá mais personalização e publicidade segmentada, será necessário estabelecer regras claras de privacidade. Também caberá ao poder público e aos órgãos reguladores assegurar que a TV aberta continue realmente gratuita e acessível a todos.
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