Tecnologia

Escola deve estar preparada para lidar com possível dependência tecnológica de jovens

Recentemente, 26 alunos de uma escola estadual de Recife (PE) passaram mal com falta de ar, tremor e crise de choro

Da Reportagem

Publicado em 18/04/2022 às 18:30

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Estudantes estão precisando de desenvolvimento socioemocional para aprenderem a lidar com suas próprias emoções / Divulgação

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A mestre em educação e diretora pedagógica, Georgya Correa, explicou como a escola deve estar preparada para lidar com crianças e jovens com uma possível dependência do celular e/ou das redes sociais. Recentemente, 26 alunos de uma escola estadual de Recife (PE) passaram mal com falta de ar, tremor e crise de choro. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) informou que os alunos tiveram uma crise de ansiedade. 

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Para a especialista, os estudantes estão precisando de desenvolvimento socioemocional para aprenderem a lidar com suas próprias emoções e, ao mesmo tempo, para que possam desenvolver a autorregulação. Além disso, Georgya explicou que os jovens também precisam se fortalecer para lidar com as adversidades, situações estressantes da vida, sem com isso ir para esse lugar de descompensação. 

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"Por outro lado, penso que esse período de pandemia, que por necessidade lidou com os estudantes com bem menos pressão dentro do ambiente educacional por conta de uma outra pressão estabelecida pela pandemia, os deixou mais inseguros nessa situação de cobrança", pontuou. 

Georgya explicou que, no período pós-pandemia, as escolas estão enfrentando a situação da monofobia. Alguns já nesse estado (dos jovens de Recife), outros casos que estão caminhando para isso. Por isso, existe um grande trabalho por parte da instituição escolar e da família em reverter esse processo. 

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"Tem essa questão da liberação de dopamina, que dá essa sensação de prazer tão percebida pelos jovens, mas também eu enxergo como sendo a questão do vício. Eu vejo que as pessoas acabaram encontrando no celular uma espécie de parceiro de solidão, insegurança... Nesse período de pandemia", explicou.

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A diretora pedagógica também falou sobre a contribuição necessária da escola em relação a preparação dos alunos. "Como os estudantes estão sendo preparados pela escola para estarem novamente nessa situação de "cobrança", de verificação dos resultados dos conhecimentos adquiridos? Porque uma avaliação traz essa pressão, já que verifica a compreensão e fixação de habilidades e competências", disse.

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A especialista afirmou que, os jovens que estão caminhando para, de fato, um "vício", precisam ser aos poucos desmamados. "Se você faz isso de uma forma repentina, pode causar ataques de ansiedade e uma série de coisas que podem acontecer dentro do ambiente escolar", pontuou.

O neurocientista Dr. Fabiano de Abreu Agrela vem alertando desde 2018 sobre as maneiras que o ambiente digital está trazendo sérios riscos para a saúde mental de crianças e adolescentes. O apego exagerado dos jovens com o celular, chegando a ser até doentio, se tornando uma necessidade incontrolável da qual a pessoa não consegue se livrar, preocupa o professor há muitos anos, mas vêm ganhando mais alarde após casos como o dos estudantes do Pernambuco.

Segundo Fabiano, "o que acontece no cérebro é essa intercepção, uma falta de controle emocional que desencadeia disfunções que acarretam atitudes impulsivas". E a situação pode piorar ainda mais, revela: "A rede social vai causar danos ainda mais sérios e pode levar à morte. Empresas como Facebook e Tik Tok sabem disso e continuam investindo em neurociência inadequadamente, para que as pessoas liberem cada vez mais dopamina que é viciante segurando assim o usuário. A dopamina é conhecido como neurotransmissores da recompensa, liberado já na expectativa, mas não somente a dopamina como outras substâncias químicas estão envolvidas. O cérebro busca sempre as boas sensações aumentando a ansiedade que funciona como uma pendência para mais liberação dessas substâncias."

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