Tecnologia

Brasil vira palco da 'guerra espacial' com chegada da internet via satélite chinesa

A empresa chinesa SpaceSail, sediada em Xangai, instalou sua primeira base de internet espacial em território brasileiro, desafiando diretamente a Starlink, de Elon Musk,

Ana Clara Durazzo

Publicado em 03/11/2025 às 11:00

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A iniciativa pode ampliar o acesso à internet em comunidades isoladas, áreas rurais e regiões da Amazônia. / ImageFX

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A corrida global pela liderança na internet via satélite acaba de ganhar um novo capítulo e o Brasil está no centro da disputa. A empresa chinesa SpaceSail, sediada em Xangai, instalou sua primeira base de internet espacial em território brasileiro, desafiando diretamente a Starlink, de Elon Musk, e marcando o início de uma competição bilionária por conectividade mundial.

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O acordo, firmado com a Telebras, prevê que a SpaceSail ofereça serviços de comunicação satelital e banda larga em áreas remotas, onde a infraestrutura de fibra óptica não chega. A iniciativa pode ampliar o acesso à internet em comunidades isoladas, áreas rurais e regiões da Amazônia.

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Plano ambicioso: 15 mil satélites até 2030

A SpaceSail pretende lançar ainda em 2025 648 satélites de órbita baixa (LEO), com expansão para 15 mil unidades até 2030, cobrindo mais de 30 países — boa parte deles na América do Sul.

A estratégia coloca a chinesa em rota direta de colisão com a Starlink, que já opera com cerca de 7 mil satélites LEO e planeja chegar a 42 mil até o fim da década.

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A diferença central? A SpaceSail conta com apoio direto do governo chinês.

Em 2024, a empresa recebeu 6,7 bilhões de yuans (aproximadamente R$ 4,8 bilhões) em investimentos de um fundo estatal, com parte dos recursos destinada à construção de centros de controle e antenas terrestres — um dos primeiros já instalado no Brasil, consolidando o país como hub da operação chinesa no Hemisfério Sul.

Soberania digital em jogo

A expansão da SpaceSail faz parte de um amplo projeto de soberania digital promovido por Pequim, que também inclui outras constelações, como a Qianfan (“Mil Velas”) e três programas paralelos que juntos somam mais de 43 mil satélites planejados.

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O objetivo da China é reduzir a dependência de sistemas ocidentais e estabelecer uma rede global própria, estratégia que gera preocupações em países do Ocidente sobre possíveis riscos de controle de dados e exportação do modelo de censura digital chinês.

Brasil entre duas potências

Com a chegada da SpaceSail e a presença consolidada da Starlink, que já atende escolas, áreas rurais e bases militares brasileiras, o Brasil se torna palco estratégico de uma competição tecnológica cada vez mais intensa entre Estados Unidos e China.

Para especialistas, a disputa pode redefinir o futuro da conectividade no país e no continente.

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'É o início de uma nova era na internet orbital. Quem controlar essa tecnologia terá poder geopolítico e econômico por décadas', avaliam analistas do setor.

O que muda para o Brasil

A entrada da SpaceSail pode:

ampliar o acesso à internet em áreas rurais e amazônicas

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aumentar a competição e reduzir preços para o consumidor

fortalecer programas de inclusão digital

incluir o Brasil em projetos aeroespaciais estratégicos

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Por outro lado, especialistas alertam para a necessidade de garantias de segurança de dados e proteção da soberania digital nacional.

A disputa está apenas começando — e o Brasil, com sua dimensão continental e importância geopolítica, já se tornou peça-chave no tabuleiro da internet do futuro.

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