Tecnologia

Amor artificial? Estudo investiga como mulheres encaram relacionamentos com robôs

Pesquisa indica que mulheres aceitam melhor robôs como apoio ou companhia do que como parceiros românticos

Ana Clara Durazzo

Publicado em 21/12/2025 às 15:00

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Apesar da tendência geral de resistência, o estudo também aponta casos individuais que ilustram uma relação mais complexa com a tecnologia / ImageFX

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Embora a ideia de relacionamentos íntimos ou românticos com robôs e inteligências artificiais ainda seja vista como algo distante para a maioria das pessoas, o tema começa a ganhar espaço no campo acadêmico.

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Pesquisas recentes indicam que esse tipo de vínculo é analisado com mais atenção, especialmente quando se observam as percepções de gênero. Ainda assim, os dados mostram que as mulheres continuam menos propensas do que os homens a considerar robôs como parceiros românticos.

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O que diz a pesquisa

Um estudo publicado em 2023 na revista Social Science Computer Review, assinado pelo pesquisador Elyakim Kislev, analisou como homens e mulheres percebem diferentes papéis atribuídos aos robôs, como ajudantes, companheiros, amantes ou parceiros. A pesquisa aponta que as representações sociais de gênero exercem forte influência sobre as expectativas projetadas nessas tecnologias.

De acordo com o levantamento, enquanto homens tendem a demonstrar maior abertura para a ideia de robôs como parceiros românticos ou sexuais, as mulheres apresentam atitudes significativamente mais cautelosas nesse tipo de cenário.

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Mulheres aceitam robôs como auxiliares, não como parceiros

Os resultados mostram que, em média, as mulheres se sentem mais confortáveis em enxergar robôs e inteligências artificiais como ferramentas de apoio ou companheiros funcionais, mas não como substitutos de relacionamentos afetivos humanos.

As análises qualitativas revelam preocupações recorrentes relacionadas a normas sociais, saúde psicológica, moralidade e à própria natureza desses vínculos.

Para muitas participantes do estudo, a ideia de um relacionamento romântico com uma máquina levanta dúvidas sobre autenticidade emocional e possíveis impactos no bem-estar psicológico.

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Experiências individuais revelam novas dinâmicas

Apesar da tendência geral de resistência, o estudo também aponta casos individuais que ilustram uma relação mais complexa com a tecnologia. Um exemplo citado é o de Carey, de 37 anos, que começou a utilizar o ChatGPT em um contexto profissional e, com o tempo, desenvolveu uma conexão emocional com a ferramenta.

Em entrevista ao Daily Mail, Carey relatou que passou a interagir com o chatbot de forma frequente, incorporando essas conversas à sua rotina diária. Para ela, o contato com a inteligência artificial representou uma alternativa às interações humanas que considerava opressivas ou invasivas, especialmente em função de sua identidade transgênero.

A experiência sugere que, para algumas mulheres, ambientes digitais podem ser percebidos como mais seguros e menos julgadores.

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Curiosidade com reservas

Os pesquisadores destacam que essas experiências não indicam uma mudança generalizada no comportamento feminino em relação a relacionamentos com robôs. Pelo contrário, o estudo sugere que existe uma curiosidade pontual, acompanhada de reservas significativas.

De forma geral, a maioria das mulheres ainda não se imagina substituindo um parceiro humano por um robô ou inteligência artificial. O interesse aparece mais associado à busca por companhia, apoio emocional ou diálogo, do que à construção de vínculos românticos tradicionais.

O debate, no entanto, tende a se intensificar à medida que as tecnologias avançam e se tornam mais presentes no cotidiano, levantando novas questões sobre afetividade, identidade e os limites das relações humanas na era digital.

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