07 de Outubro de 2024 • 08:09
Cerca de 500 trabalhadores e aposentados fizeram ontem, no centro de Santos, uma manifestação contra as novas regras que reduzem direitos trabalhistas e previdenciários e também contra o projeto de lei 4330(terceirização de serviços), que será votado na próxima semana na Câmara Federal, em Brasília.
Os aposentados, em maior número, aproveitaram para protestar contra o Governo, que retirou o projeto de lei que previa aumento real para a categoria, substituindo-o por uma medida provisória, que não contempla nenhum aumento acima da inflação para os benefícios do INSS.
As manifestações foram promovidas por três centrais sindicais: Força Sindical, Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST) e União Geral dos Trabalhadores (UGT). O protesto, ocorrido de forma pacífica, sem interferência política, acabou ganhando adesões e aplausos, conforme os manifestantes percorriam as ruas do centro em direção ao Paço Municipal.
A concentração foi na Praça dos Andradas. Por volta das 10 horas, a passeata percorreu as ruas Amador Bueno, D. Pedro II, General Câmara e terminou na Praça Mauá, com uma concentração. No local, sindicalistas fizeram discursos e convocaram todos para uma nova manifestação, no dia 12, na Praça Independência, no Gonzaga.
Restrições
As medidas provisórias 664 e 665 que impõem restrições nas pensões e auxílio-doença dos segurados do INSS foram duramente criticadas pelos sindicalistas Herbert Passos Filho, diretor da Força Sindical na Baixada Santista, Paulo Pimentel, PP, diretor da NCST e Arnaldo Biloti, coordenador da UTG em Santos, além de outros oradores.
“É um absurdo o que estão fazendo com as pensões, que serão temporárias e não mais vitalícias e em valores de 50% do salário do segurado, mais 10% por dependente. O Governo vai criar graves problemas sociais no futuro, pois quando essas pensionistas mais precisarem do dinheiro das pensões, que é na velhice, ficarão totalmente desamparadas e desprotegidas socialmente”, disse Herbert Passos Filho, que também é presidente do Sindicato dos Químicos da Baixada Santista.
“Nós não podemos nos calar. Temos mesmo que protestar e cobrar do Congresso Nacional que não aprove essas medidas provisórias e nem o projeto da terceirização de serviços, que vai precarizar as relações de trabalho. Hoje, temos um crescimento no número de desemprego no País e a terceirização, caso seja aprovada, vai levar o mundo do trabalho para o abismo, e sem condições de sair dele. Temos que reverter essa situação”, relatou o sindicalista Paulo Pimentel, PP, mais antigo sindicalista da região e presidente do Sintrasaúde.
“As restrições ao seguro-desemprego é mais um dos absurdos impostos pela MP 664. Milhões de trabalhadores vão ficar sem ter esse direito, exatamente num momento de desemprego crescente no Brasil. A rotatividade de mão-de-obra é grande e muitos trabalhadores dependem desse benefício para terem a dignidade preservada enquanto procuram outro emprego. Nós não podemos aceitar retrocessos nos direitos dos trabalhadores, que foram conquistados com muita luta e sacrifício”, mencionou Arnaldo Azevedo Biloti, que preside o Sincomerciários de Santos e Região.
Aposentados
Já os aposentados, que compareceram em grande número ao protesto, querem que o Governo reveja a política de reajuste da categoria. “Quem ganha salário mínimo já possui a política de valorização, com reajuste anual pela inflação, mais 50% do crescimento da economia do País nos últimos dois anos, o que faz com que obtenham um ganho real. E os aposentados que ganham acima do mínimo continuam tendo perdas enormes, pois só lhes é repassado o índice inflacionário. Só que o custo de vida para os idosos tem crescido bastante e o Governo precisa rever esse seu conceito”, explicou Antônio Carlos Domingues da Costa, presidente da Associação Nacional dos Aposentados e Pensionistas(Anapi), a Força Grisalha.
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