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Sindical e Previdência

Sindicalistas e vereadores apoiam jornalistas na Câmara

Reforçam o coro contra a decisão do STF, o Sindaport, o Sindilimpeza, a Apeoesp, a coordenação regional da CUT, e vereadores santistas

Publicado em 25/01/2013 às 23:30

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O repúdio da classe jornalística contra a decisão do Supremo Tribunal Federal de acabar com a exigência do diploma de formação superior em jornalismo para o exercício da profissão ganhou força durante a sessão de ontem, na Câmara Municipal de Santos.

No mesmo plenário, da sala Princesa Isabel, onde parlamentares manifestaram seu apoio à validação do diploma de jornalista, o presidente da diretoria regional de Santos, Baixada Santista e Vale do Ribeira do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo, Carlos Ratton, leu a nota de repúdio da entidade contra da decisão do Supremo Tribunal Federal, orquestrada pelo ministro Gilmar Mendes.

O presidente da Casa de Leis, Marcus de Rosis suspendeu a sessão por dez minutos para que Ratton manifestasse a posição do sindicato. Foram necessários apenas cinco minutos, para que expressar a indignação de uma categoria formada com base técnica e intelectual para o exercício da comunicação da informação com ética, qualidade, veracidade e responsabilidade.

“Utilizar o manto da liberdade de expressão, da não necessidade de técnica e da não garantia, por parte das universidades, que a formação específica garanta bons profissionais, além de outros argumentos frágeis como os citados, é o mesmo que acreditar que os brasileiros são inconsistentes e analfabetos funcionais, como os próprios ministros fizeram ao julgarem, sem conhecer as técnicas da profissão, a não obrigatoriedade do diploma. 

Jornalismo é isenção, compromisso, verdade e responsabilidade social - atributos que o Judiciário Brasileiro está, a cada dia, mais distante dos cidadãos de bem, como os que buscaram, na formação superior em Jornalismo, uma forma de contribuir para o progresso e o desenvolvimento deste país, tão cheio de desigualdades.

Ao contrário do que imaginam nossos “deuses de toga”, o Sindicato dos Jornalistas e, muito menos, os trabalhadores da notícia não estão e nunca estarão de joelhos diante de tamanha aberração jurídica, que pretende destruir o jornalismo brasileiro. (...) Os jornalistas de todo o Brasil ‘agradecem’ ao ministro Gilmar Mendes e seus súditos, como Cármen Lúcia, Ricardo Lewandowski, Eros Grau, Carlos Ayres Britto, Cezar Peluso, Ellen Gracie e Celso de Mello. Vossas excelências nos respeitem, por favor!”, diz a nota lida por Carlos Ratton, no plenário da Câmara.

A arena da Sala Princesa Isabel que já recebeu categorias diversas lutando por suas reivindicações, ontem estava repleta de jornalistas, mas dessa vez, eles eram o foco da notícia.

O vereador Marcelo Del Bosco Amaral (PPS) apresentou requerimento pedindo que se oficie ao Congresso Nacional para que apresente projeto de lei estabelecendo a exigência do diploma para o exercício da profissão de jornalista.

“Eu acredito que é possível reverter a não obrigatoriedade do diploma, através do Congresso Nacional”. Del Bosco pede ainda no documento que os deputados federais Márcio França e Beto Mansur tomem conhecimento do requerimento para reforçar a criação de um projeto de lei para este fim.

“Essa decisão foi uma rateada do Supremo Tribunal Federal”, declarou o vereador Braz Antunes Mattos Neto (PPS), que em seu requerimento enviado ontem à Mesa da Câmara manifestou “...saber escrever, ter uma redação correta é muito pouco para se chegar a ser jornalista.

O saber jornalístico vai muito além de uma redação aceitável. E só a vida acadêmica prepara alguém para saber a diferença”, diz um trecho do requerimento, onde Braz pede que se oficie a todos os veículos de Comunicação Social da Baixada Santista que rejeitem a possibilidade de contratar pessoas sem diploma de jornalista.

O vereador Sadao Nakai, líder do PSDB no Legislativo santista, apresentou nota do deputado estadual Paulo Alexandre Barbosa, comunicando que apresentará moção de repúdio, na sessão de hoje da Assembleia Legislativa. O vereador Benedito Furtado, jornalista de formação, expressou sua indignação afirmando que a decisão do Supremo é uma “cachorrada”.

Sindicalistas

O presidente do Sindilimpeza, Djalma Sutero da Silva também repudiou a decisão do STF afirmando que “não podemos deixar de estar junto aos jornalistas contra essa decisão de desqualificar os trabalhadores”.

O diretor estadual da Apeoesp, Carlos Amado, que também representava o coordenador regional da CUT-Santos, Francisco Nogueira, disse que “nós repudiamos essa atitude, que pretende, com isso, baixar os salários dos jornalistas. Isso vai contra a democracia, uma imprensa livre. Essa decisão afeta os princípios da justiça, daigualdade e da pluralidade”.

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