24 de Abril de 2024 • 08:37
DL conversou com Jorge Caetano Fermino, presidente do Sindigráficos / Matheus Tagé/DL
O fim da aposentadoria especial que está sendo debatido na reforma previdenciária no Congresso Nacional vai atingir em cheio os trabalhadores gráficos, categoria que vem enfrentando desemprego no setor de jornais e crescimento no de impressão digital.
A informação é do sindicalista Jorge Caetano Fermino, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Gráficos da Baixada Santista, uma das mais antigas entidades sindicais da região. “O desemprego é um fantasma para o trabalhador, um desestímulo à sociedade e enfraquece o sindicalismo em sua luta por melhores salários e condições de trabalho”, diz Fermino.
Diário do Litoral- Como o sindicato está se preparando para as reformas que estão por vir nesse ano, como a trabalhista e previdenciária?
Jorge Caetano Fermino - Estamos debatendo com a categoria com o objetivo de esclarê-la. Recentemente, dia do gráfico, promovemos uma palestra com especialistas. Sempre acreditei na força do trabalhador e sua interatividade com o sindicato como um aval para fortalecimento para a luta por melhores salários e condições de trabalho, mas o desemprego está enfraquecendo essa relação e, por conseguinte, o próprio sindicalismo.
DL- Trabalhador gráfico exerce atividade insalúbre. Essa atividade vem sendo reconhecida no momento de se pedir a aposentaoria especial?
Jorge - Deveria ser, mas não o é. Antigamente era mais fácil buscar esse reconhecimeento. Hoje, a categoria tem enfrentado muitas dificuldades em obter os laudos técnicos e provar o trabalho insalubre que exerce e com isso obter a aposentadoria especial. Temos que recorrer à justiça para obter esse direito, e a espera acaba demorando cerca de cinco a seis anos”.
DL - O Governo pretende, na reforma previdenciária, acabar com a aposentadoria especial de algumas categorias, entre elas a dos gráficos, como o sindicato está reagindo a isso?
Jorge - Somos procurados diuturnamente pelos trabalhadores sobre essa questão. Este ano será muito difícil para o trabalhador diante das reformas trabalhista e previdenciária. Nossa federação e confederação estão mobilizadas com as centrais sindicais para pressionar o Congresso porque se passarem as reformas como pretende o Governo, não sei o que será dos trabalhadores.
DL - Como está a situação do desemprego na categoria?
Jorge - Atualmente, estamos enfrentando uma crise no setor gráfico de jornal e de crescimento no setor da impressão digital. Temos cerca de 800 gráficos em nossa base territorial e a exemplo de outros setores da economia, temos enfrentado dificuldades em manter postos de trabalho, e com implantação da terceirização pretendida pelo Governo, essas dificuldades vão aumentar, por isso estamos atentos às mudanças e nossa federação está mobilizada em Brasília.
Perfil
Jorge Caetano Fermino, nascido em Pariquera-Açú, mas de coração santista, preside o Sindicato dos Trabalhadores Graficos. É pai de Igor, um de seus orgulhos, e lamenta ter pouco tempo para o convívio familiar devido a intensidade da luta sindical, ainda mais agora em ano de reformas trabalhista e previdenciária. Outro orgulho de Fermino é o de sempre ter trabalhado na área gráfica. Aprendeu a profissão na Escola Artesanal de Artes Gráficas no CAMPS – Santos em 1974. Seu primeiro emprego foi na Editora Danúbio e depois na Gráfica Bandeirantes em Santos.
Entrou no sindicalismo , em 1992, no cargo de suplente do conselho da Federação Estadual dos Trabalhadores Gráficos. Em 1996 assumiu a secretaria geral do sindicato. Em 2000 foi eleito presidente.
Está, atualmente, no quarto mandato. Atua também no sindicalismo em níveis estadual e nacional como secretário Estadual da Federação e da Confederação Nacional dos Gráficos.
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