Logo na abertura dos trabalhos, representantes das centrais sindicais de trabalhadores fizeram denúncia contra o Governo Brasileiro por causa da nova lei trabalhista
O Mundo do Trabalho começou a ser debatido nesta segunda-feira na 107ª Conferência Internacional do trabalho / Divulgação
De Genebra, Suíça*
O Mundo do Trabalho começou a ser debatido nesta segunda-feira na 107ª Conferência Internacional do trabalho, que é promovida pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) e reúne representantes de 187 países. Logo na abertura dos trabalhos, representantes das centrais sindicais de trabalhadores fizeram denúncia contra o Governo Brasileiro por causa da nova lei trabalhista e, com isso, caso a denúncia seja aceita, o Brasil pode ser inserido numa lista negra de piores países que não respeitam as convenções trabalhistas de Genebra.
Sindicalistas alegam que a lei trabalhista recentemente em vigor no Brasil, retirou direitos e reduziu a força dos sindicatos na representação dos trabalhadores, infringindo três convenções de Genebra aprovadas e ratificadas pelo Brasil.
Representantes do Governo Brasileiro, entretanto, se encontram em Genebra para se defenderem das acusações e os debates sobre o assunto devem ter início amanhã e promete ser polêmico.
Lista negra da OIT
O sindicalista Antonio Neto, presidente da Central Sindical do Brasil (CSB), disse ao Diário do Litoral, logo após a sessão solene de abertura da conferência, que a partir de amanhã a denúncia deve ser aprovada nas comissões. “Hoje, o Brasil ocupa o 40 lugar no ranking das denúncias trabalhistas, mas amanhã pode entrar na lista negra dos 24 piores países que não respeitam leis trabalhistas e isso vai possibilitar que a denúncia das centrais sindicais seja apreciada, discutida e votada em plenário”, disse o líder sindical.
Já a sindicalista Ruth Coelho, integrante da Força Sindical informou que vão ocorre protestos e mobilizações de sindicalistas e trabalhadores ao longo da conferência que se realiza no Palácio das Nações.
“Serão protestos contra retirada de direitos na lei trabalhista que ferem três convenções da OIT”. Ruth integra a comissão em defesa da mulher contra assédios no mercado de trabalho.
“Tentaremos aprovar a criação de uma nova Convenção e uma Recomendação da OIT sobre esse tema, que serão discutidas neste e no próximo ano, na 108ª Conferência Internacional do Trabalho (CIT), ano em que a OIT comemorará seu centenário”.
*O jornalista Francisco Aloise integra o Comitê de Imprensa da 107ª Conferência Internacional do Trabalho que se realiza no Palácio das Nações, em Genebra, na Suíça.
CRIME NO TRIBUNAL
Dez mulheres afirmam ter sido assediadas por Marcos Scalercio entre 2014 e 2020
ULTRAMARATONA
Ultramaratonista Carlos Dias já percorreu os pontos mais extremos do mundo, impressionou até Stan Lee e agora quer novos desafios