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Sindical e Previdência

Aposentadoria no Brasil é prêmio ou um castigo?

Pesquisa aponta que 28% dos aposentados do INSS estão vivendo na beira da miséria.

Publicado em 24/01/2013 às 10:06

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A aposentadoria no Brasil deveria ser um prêmio após longos anos de trabalho e contribuição ao INSS, mas, segundo especialistas, os valores baixos dos benefícios e as perdas constantes devido aos planos econômicos, rombos previdenciários e reajustes diferenciados, colocam nossos aposentados numa linha de pobreza que em poucos anos pode leva-los a um estado de miserabilidade sem precedentes. Tudo isso, faz a aposentadoria parecer um castigo.

Entretanto, em países desenvolvidos, com poucas e raras exceções, entre elas a Dinamarca e a Inglaterra, a situação dos aposentados também começa a se complicar. Só que nesses países e mais Estados Unidos, França, Japão e Itália, a aposentadoria é por idade, enquanto no Brasil não existe ainda um limite de idade, com o benefício sendo concedido aos 35 anos de contribuição para homens e 30 anos para mulheres. Entretanto, existe a aplicação do fator previdenciário que reduz as aposentadorias precoces em até 40%. 

Os aposentados brasileiros enfrentam inúmeras outras dificuldades que não são encontradas em países desenvolvidos. Gastos maiores com medicamentos e planos de saúde, sustento da casa que é feito, por 46% de aposentados e pensionistas, sem contar que muitos aposentados e aposentadas sustentam não só os filhos como também os netos.

Existem cinco tipos de aposentadorias pelo Regime Geral da Previdência Social (RGPS), ou simplesmente INSS, mas seus valores são baixos: um salário mínimo para mais de 16 milhões de segurados, enquanto outros 9,1  milhões,  que recebem acima do piso nacional, ganham em média benefício de R$ 1.360,00. Dificilmente o segurado do INSS consegue ganhar benefício sobre o teto que é de R$ 4,159,00.

Essas são as formas para se aposentar:  tempo de contribuição,por idade, proporcional, especial e aposentadoria por invalidez.

Dos mais de 26 milhões de aposentados e pensionistas do INSS no Brasil, apenas 1% são independentes financeiramente. Outros 46% conseguem sobreviver e ainda sustentam os familiares, 28% estão na beira da miséria e 25% têm que continuar trabalhando, de acordo com levantamento do Instituto de Educação Financeira (Disop), baseado em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Centenário - Alfeu Ribeiro, de 100 anos, ganha salário mínimo. (Foto: Divulgação)

Qual é o momento ideal para se  aposentar?

Depois de muitos anos de trabalho, o caminho final da jornada deveria ser a aposentadoria. No entanto, no Brasil, não é bem assim que o sistema funciona. Os trabalhadores não conseguem planejar o momento ideal para diminuir o ritmo aos poucos, sem que isso represente uma situação abrupta e dolorosa.

Especialistas apontam vários fatores para isso. Alegam que o perfil da população brasileira sofreu drásticas alterações, em um espaço de tempo relativamente curto para os padrões históricos.

No início do século XX a expectativa de vida era de 33,7 anos. Entre 1940 e 1980 esse número aumentou de 45,5 anos para 62,6 anos. Em 2004 o indicador aponta para os 71,7 anos, passando em seguida para 72,7 anos em 2007 (IBGE, 2008). O último censo do IBGE divulgado no final de 2012 aponta  que a expectativa de vida do brasileiro subiu para 74,8 anos.

Alfeu Ribeiro tem 100 anos de idade e está aposentado há 35 anos. Ele, a exemplo de milhões de brasileiros, ganha e sobrevive com um salário mínimo.

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