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Saúde

Vacinação contra doenças importantes apresenta queda no Brasil

Fake news e desinformação estão entre as causas da queda nas imunizações, afirmam especialistas da Rede de Hospitais São Camilo de SP

Da Reportagem

Publicado em 09/06/2022 às 10:21

Atualizado em 09/06/2022 às 10:38

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Vacinação para doenças importantes e perigosas estão em queda / Foto: Prefeitura de Bertioga

Desde sua criação, em 1796, as vacinas passaram a desempenhar um papel essencial à sociedade. Elaboradas a partir de micro-organismos, o seu objetivo é estimular a produção de anticorpos nos indivíduos, para, assim, prevenir doenças. Com a pandemia de Covid-19, reforçou-se a sua importância, já que a vacinação vem tornando possível o melhor controle de um cenário até então desconhecido.

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No entanto, apesar de o momento ressaltar a dimensão que a vacina tem, muitas pessoas deixaram de se vacinar e de vacinar seus filhos, não só contra o Coronavírus, mas também contra outras doenças importantes.

De acordo com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), a cobertura da vacinação contra a poliomielite no Brasil, por exemplo, caiu de 84,2% em 2019 para 67,7%, em 2021. Ou seja, três em cada dez crianças não receberam a vacina.

“Este declínio que temos observado se deve à percepção de uma parte da população que acredita que não há necessidade de se vacinar porque as doenças ‘desapareceram’. As baixas taxas de imunização contribuem para que doenças antes sob controle, e algumas até erradicadas, voltem a circular no país”, afirma Dr. Hamilton Robledo, pediatra da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo.

Ainda conforme a Unicef, a vacinação contra sarampo, caxumba e rubéola em crianças brasileiras também caiu de 93,1% em 2019 para 71,49% em 2021. “Por não ficarem em evidência, algumas doenças acabam não sendo lembradas. Também existe a desinformação, que contribui para essa queda”, complementa a infectologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo Dra. Claudia Maekawa Maruyama.

Além das fake news propagadas nas redes sociais, outros fatores influenciam na escolha ou não pela imunização. “Nos primeiros 15 meses da criança, são várias idas ao posto de saúde. E, pensando neste momento econômico difícil que vivemos no Brasil, as desigualdades sociais, dificuldades com transporte, volta do trabalho presencial, entre outros fatores, também podem impactar a decisão”, reitera Dr. Hamilton.

Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil tem um dos maiores programas de imunizações do mundo. São ofertadas à população uma variedade de 45 vacinas, sendo 19 delas destinadas exclusivamente a crianças recém-nascidas.

“Logo após o nascimento da criança, a vacinação é um dos pontos de maior atenção que os pais devem ter. Ela será requisitada por toda a vida e compõe um documento muito importante. A sua atualização e manutenção é de grande valor para a prevenção e controle de doenças”, enfatiza o pediatra. 

Apesar do retrocesso, é crucial ter em mente que a proteção fornecida pelas vacinas impacta diretamente não só na saúde individual, mas também na coletiva. Estar com a caderneta de vacinação em dia é um ato de amor e cidadania que deve ser estimulado e exercido por todos.

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