Estudo destaca que o uso de máscaras pode elevar a taxa de assintomáticos, pois as pessoas conseguem se proteger parcialmente de uma quantidade elevada do vírus / Marc A. Hermann/MTA New York City Transit
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Na semana passada, pesquisadores da Universidade da Califórnia publicaram uma nota na revista científica 'The New England Journal of Medicine' indicando que usar máscara também leva à produção de anticorpos contra a Covid-19 no seu corpo.
Segundo os autores, as máscaras usadas pela população diminuem em muito, mas não impedem totalmente, a passagem das gotículas de saliva ou partículas aerossóis que podem transmitir o vírus.
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Então, uma pequena quantidade de partículas virais passaria pelo equipamento e seria transmitida a outras pessoas, mas com viral mais baixa. A quantidade seria suficiente para induzir uma resposta imune no organismo.
Eles também destacam que o uso de máscaras poderia elevar a taxa de assintomáticos, pois as pessoas conseguem se proteger parcialmente de uma quantidade elevada do vírus.
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A professora da Unicamp e consultora da Sociedade Brasileira de Infectologia, Raquel Stucchi, acredita que a teoria levantada pelo grupo reforça a importância do uso de máscaras.
"Supondo que hoje eu esteja contaminada, mas não sei, porque não tenho sintomas ou só vou desenvolver os sintomas em alguns dias, a máscara vai conseguir conter uma parcela razoável do Sars-CoV-2 para não transmitir ao outro, mas ainda assim suficiente para gerar uma resposta imune”, diz.
"Qualquer máscara é melhor do que nenhuma máscara. As máscaras cirúrgicas devem ser reservadas aos profissionais de saúde para não faltar, mas a máscara caseira pode me proteger e ainda proteger os outros", ressalta.
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Mesmo com a incerteza da imunidade ao coronavírus, a resposta gerada pelos linfócitos T parece ser mais permanente do que aquela produzida por anticorpos. Estudos das principais vacinas em testes contra a Covid-19 mostraram boas respostas imunes tanto de anticorpos quanto de células T.
Para concluir o estudo, os pesquisadores afirmam que é preciso criar um estudo sobre a taxa de assintomáticos diante do uso ou não das máscaras. Até o momento, não há estudo no Brasil com o objetivo de entender taxas de assintomáticos e o uso de máscaras.
A professora acredita que uma parcela cada vez maior da população adquira alguma imunidade, pois cada município determina a obrigatoriedade do uso de máscara ou não. "Como os próprios autores falaram, não dá para afirmar, teríamos que fazer um estudo científico, mas é uma boa reflexão", destaca.
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