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Saúde

Quase 107 mil pessoas vivem com aids em São Paulo, mostra estudo

Desse total, 106.817 ainda estavam vivas em janeiro de 2013, o que correspondia a cerca de 2,5 pessoas a cada grupo de mil

Publicado em 07/05/2015 às 11:46

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Desde o início da epidemia de aids, na década de 80, até o primeiro dia do ano de 2013, o estado de São Paulo registrou 226.703 casos de pessoas infectadas. Desse total, 106.817 ainda estavam vivas em janeiro de 2013, o que correspondia a cerca de 2,5 pessoas a cada grupo de mil. Isso é o que revelou o estudo A vida com a Aids no Estado de São Paulo: Informação e Desafios para a Política Pública de Saúde, divulgado nessa quarta-feira (6) pela Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Fundação Seade) e o Programa Estadual Doenças Sexualmente Transmissíveis e Aids, da Secretaria de Estado da Saúde.

Com a pesquisa, foi possível observar que a incidência de novos casos de aids, no estado, vem caindo e a longevidade, aumentando. “A cada ano temos um número maior de pessoas vivendo com aids. Em média, a cada ano há um acréscimo de 5,1 mil de pessoas que têm aids”, disse Bernadette Cunha Waldvogel, gerente de Indicadores e Estudos Populacionais da Fundação Seade e uma das coordenadoras do levantamento.

“Isso é crescente porque o número de casos notificados de aids foi crescente até 1998. Em 1996 começaram os tratamentos de antirretrovirais, que foi um tratamento muito potente para aumentar a sobrevida das pessoas. Os antirretrovirais não curam, mas permitem que as pessoas vivam mais. Então, diminuiu a mortalidade e o número de casos novos está decrescente a cada ano, porém, as pessoas vivem mais, então, há um número crescente da população vivendo com aids”, explicou Bernadette, em entrevista à Agência Brasil.

O estado de São Paulo registrou 226.703 casos de pessoas infectadas pelo vírus HIV (Foto: Divulgação)

Segundo o estudo, entre 1983 e 1995, houve um acréscimo de 1.527 pessoas vivendo com aids a cada ano. Já no período de 1995 a 1998, esse número subiu para 5.582 pessoas por ano. Esse maior crescimento deveu-se, acreditam os pesquisadores, além do aumento do número de novos casos ocorridos nesses anos, ao declínio da mortalidade decorrente da introdução, a partir de 1996, de antirretrovirais, altamente potentes, no tratamento dos pacientes. Entre 1998 e 2012, observou-se discreta redução nesse ritmo, com acréscimo de 5.172 pessoas vivendo com aids a cada ano.

Para Bernardette, as campanhas de prevenção à doença contribuíram para que o número de novos casos fosse diminuindo ao longo dos anos. “Todas as campanhas de prevenção fizeram com que o número de casos se reduzissem. Ainda tem, mas novos casos foram diminuindo.”

Entre os que viviam com aids no estado até 2013, 47% eram heterossexuais, seguidos de 21% de homens que faziam sexo com homens, 10% de usuários de drogas injetáveis e 3% de casos de transmissão vertical – bebês infectados pelas mães.

Entre a faixa etária, os maiores picos ocorrem entre homens de 45 a 49 anos (o que corresponde a 12% do total de incidência da doença) e mulheres de 40 a 44 anos (7% do total). Os idosos (pessoas acima de 60 anos) representam 8% do total, enquanto os adolescentes entre 10 e 19 anos somam 2,5% dessa população.

Entre os adolescentes infectados, que correspondem a 2.717 pessoas, 81% adquiriram o vírus de suas mães no momento do nascimento, por transmissão vertical. “Esse número sensibilizou muito a gente”, destaou Bernardete.

De acordo com a coordenadora, esses números demonstram que “toda atenção é pouca” em relação à aids, pois se trata de uma doença infecciosa. “A gente pode aumentar o número de casos. As campanhas de prevenção tem que continuar acontecendo e, com esse novo cenário, é preciso campanhas dirigidas a cada fase: para crianças, jovens, adultos e idosos. E continuar fazendo a testagem sorológica: quanto mais cedo se detecta que a pessoa é HIV positivo e começa a tratá-la, maior a chance dela não manifestar a aids e viver muito mais tempo.”

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