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Saúde

População reclama da falta de maternidade em Mongaguá

Há seis anos, as gestantes do município são encaminhadas para ter o bebê em cidades vizinhas.

Nayara Martins

Publicado em 19/10/2019 às 07:05

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Gestantes são encaminhas ao Hospital Regional de Itanhaém. / NAIR BUENO/DIÁRIO DO LITORAL

Mães e gestantes estão cansadas de esperar pela reabertura da maternidade, no Hospital Municipal em Mongaguá. O local já passou por várias readequações na parte física, mas segundo os moradores, desde o ano de 2013, não está funcionando de forma satisfatória e nem realizando os partos. As gestantes, no momento de dar à luz, são encaminhadas ao Hospital Regional de Itanhaém, unidade de referência na região.

A Reportagem do Diário do Litoral esteve no Hospital Dra. Adoniran Correa Campos, em Mongaguá, para conversar com as gestantes.

A dona de casa Tamires Fernandes, 27 anos, explica que teve os seus dois últimos filhos em cidades vizinhas. "Tive o meu segundo filho em 2015, no Hospital Irmã Dulce, em Praia Grande e o meu último filho, em 2018, na maternidade do Hospital Regional de Itanhaém". Segundo ela, os diretores alegam que a unidade não possui centro cirúrgico e, por isso, não podem realizar os partos.

Já a doméstica Edileusa de Moura, 33 anos, no sétimo mês de gravidez, estava no Hospital para uma consulta com um médico de gravidez de alto risco. Ela está com diabetes e precisa de acompanhamento. "Esta já é minha terceira gestação é fico preocupada, pois terei que ir para Itanhaém para ter o bebê". No município ela teve apenas o segundo filho, em 2011.

Mais uma gestante, que estava aguardando por uma consulta e também passa por uma gravidez de risco, é a balconista Karem Cristina de Andrade, 31 anos. Ela já está no nono mês e apresenta pressão alta. "É uma vergonha, pois sabemos que a maternidade já conta com os equipamentos e, mesmo assim, ainda não podemos dar à luz aqui", desabafou. A balconista já tem dois filhos, mas somente o primeiro nasceu em Mongaguá, em 2008, e o segundo no Hospital Irmã Dulce.

Em junho de 2018, equipes da Vigilância Sanitária do Estado e do Departamento Regional de Saúde (DRS-IV) efetuaram uma inspeção técnica na maternidade de Mongaguá para autorizar a reabertura. Na ocasião, os técnicos fizeram alguns apontamentos para realizar as adequações necessárias e solicitaram informações a respeito de recursos humanos e de materiais. O DRS-IV ficou de agendar nova visita técnica para liberar o funcionamento da unidade.

OUTRO LADO

A Diretoria Municipal de Saúde informa, no entanto, que a maternidade encontra-se em pleno funcionamento e dispõe de equipes médicas e técnicas. Mas, que no momento, está assistindo apenas os partos expulsivos, ou seja os normais, cuja criança já está nascendo.

Segundo a Administração, os demais procedimentos não estão sendo realizados em virtude de o centro cirúrgico estar inoperante, e não por falta de estrutura, equipes ou aparelhos, mas porque está aguardando a conclusão das negociações entre a prefeitura e o DRS-IV. E que a intenção é de chegar a um acordo entre as partes para o atendimento às gestantes.

Diz ainda que o Governo do Estado de São Paulo, por meio da DRS-IV, até o momento, não encaminhou ao município uma contrapartida financeira para manter toda a estrutura necessária para a gestão de pessoal. Conforme a Administração, o custeio desta mão de obra é muito alto para a realidade orçamentária de Mongaguá.

Quanto às mães que procuram a maternidade, a prefeitura afirma que elas recebem a atenção necessária e são acompanhadas pelas equipes das Unidades de Saúde da Família do município. E na hora de ganharem seus bebês, elas são encaminhadas ao acolhimento no Hospital Regional de Itanhaém.

A prefeitura de Mongaguá, no entanto, não informou uma previsão para a reabertura da maternidade, e nem o valor de investimentos já realizados pelo município.

Já o Departamento Regional de Saúde (DRS IV) garantiu que repassou, nos últimos anos, mais de R$ 1,6 milhão para obras, equipamentos e mobiliário ao Hospital e Maternidade Adoniran Correa de Campos, em Mongaguá. Diz ainda que não há, neste momento, novo pleito para o custeio da maternidade, mas que a Regional está à disposição para tratativas na busca pela melhoria dos serviços de Saúde da região. 

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