25 de Abril de 2024 • 16:25
Quando se fala na saúde dos olhos, é comum que as pessoas conheçam algumas doenças que acometem o órgão, como miopia, astigmatismo, catarata, glaucoma, entre outras. Mas o que muita gente não sabe é que o olho também pode ser acometido por câncer.
O Dia Nacional de Combate ao Câncer, comemorado no próximo dia 27, é um alerta para que a população passe por consultas regulares e assim, caso um tumor maligno seja diagnosticado precocemente, o paciente tenha mais chances de cura.
De acordo com o oftalmologista da Clínica Unilaser, em Santos, e professor de Residência Médica em Oftalmologia do Hospital Ana Costa, Dr. Fabiano Bojikian Ciola, o tumor maligno mais comum entre os adultos é o melanoma de coróide, cuja incidência geral é de 5 a 7,5 para cada 1 milhão de pessoas por ano em países do ocidente.
"A coróide é uma camada pigmentada e vascularizada, situada no fundo do olho entre a esclera e a retina. Por normalmente não apresentar sintomas, o diagnóstico costuma ser feito em exames de fundo de olho, nas consultas de rotina. Quando há sinais da doença, o paciente apresenta queda de visão, presença de pontos luminosos ou perda de campo visual", alerta o especialista.
O tratamento varia de acordo com o tamanho do tumor e outros fatores, como idade do paciente, saúde no geral, localização da lesão e visão do olho afetado. "Em pequenas e médias lesões, a opção mais utilizada é a braquiterapia ocular (radiação direta no tumor) de forma isolada ou em conjunto com a laserterapia. A enucleação, que é a retirada do globo ocular, é restrita aos casos mais graves quando há invasão do nervo óptico e perda irreversível da visão útil", observa Ciola.
Este tipo de câncer é considerado invasivo, já que apresenta grandes chances de produzir metástase e levar à morte. Sua causa ainda é desconhecida, mas existem evidências de que pessoas de etnia branca, idade avançada e quantidade de nevos (pintas, manchas) na coroide estão mais propensas a desenvolver esse tipo de tumor.
Retinoblastoma
Outro tipo de câncer ocular é o retinoblastoma, o mais comum na infância. Mesmo assim é raro, com incidência de 1 para 17 mil nascidos vivos. Seu surgimento se dá a partir das células da retina (membrana sensível à luz) e pode aparecer de duas formas: hereditária (cerca de 40% dos casos) e não hereditária (60%).
Por ser um tumor que costuma se manifestar em crianças com até 3 anos, é extremamente importante que os pais fiquem atentos a qualquer sinal. O aparecimento de um reflexo branco nos olhos da criança, que podem ser observados em fotografias com flash, é a forma de apresentação mais comum (60%). Outro sinal que serve como alerta é o estrabismo, já que em 20% dos casos aparece como indicador de retinoblastoma.
"A suspeita diagnóstica pode ser feita já no consultório do pediatra pelo Teste do Olhinho, ou Teste do Reflexo Vermelho, para saber se a retina se encontra saudável. Porém, apenas o mapeamento de retina possibilita a confirmação do tumor", observa o oftalmologista da Clínica Unilaser, Fabiano Ciola.
Assim como outros tipos de câncer, o tratamento dependerá do tamanho da lesão, podendo ser feito com laser, quimioterapia, radioterapia ou nos casos mais graves, a remoção do globo ocular, com possibilidade de implante de prótese.
Neoplasias palpebrais
As pálpebras também não estão livres do câncer. Cerca de 10% dos casos de carcinoma basocelular (tipo de câncer de pele) acometem essa região dos olhos. Os fatores de risco para o aparecimento da doença são: pele clara, inabilidade para se bronzear e exposição excessiva à luz solar.
O tumor surge mais frequentemente na pálpebra inferior. Apesar de apresentar crescimento invasivo local, raramente causa metástase. Há outros cânceres que afetam as pálpebras como o carcinoma de células escamosas, carcinoma de células sebáceas, ceratoacantoma, sarcoma e melanoma.
As suspeitas diagnósticas são feitas em consultório, por meio de uma biomicroscopia, onde se observa o aspeto da lesão. A finalização do diagnóstico só é feito após uma biópsia. Nestes casos, o tratamento mais eficaz é a remoção cirúrgica, que pode ser seguida de reconstrução plástica da pálpebra afetada. Quimioterapia e radioterapia raramente são necessárias.
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