Saúde

Inimigo invisível: o microplástico pode estar deixando nossos ossos mais frágeis?

Fragmentos já encontrados no cérebro e na placenta podem ter impacto direto nas células-tronco da medula óssea, levantando questões sobre fraturas

Giovanna Camiotto

Publicado em 03/11/2025 às 17:22

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Microplásticos são partículas de plástico com menos de 5 mm que se acumulam em rios, oceanos e solos / Pexels

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O microplástico, as partículas minúsculas que se desprendem de embalagens, garrafas e outros materiais, pode estar causando um dano silencioso à nossa estrutura óssea. Uma extensa revisão científica de 62 pesquisas internacionais, liderada pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), trouxe à tona uma preocupação inédita: a interferência desse material na saúde dos ossos.

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Já se sabe que os microplásticos, que podem ser menores do que uma célula humana, acessam nosso corpo principalmente através da ingestão de alimentos e água, e também pela inalação.

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Após serem absorvidos pelas células intestinais ou pulmonares, eles chegam à circulação sanguínea e são depositados em diversos órgãos e tecidos, como sangue, placenta e cérebro. Veja imagens do que são microplásticos.

Eles se originam da degradação de objetos plásticos maiores e do uso de produtos como cosméticos e roupas sintéticas/Pexels
Eles se originam da degradação de objetos plásticos maiores e do uso de produtos como cosméticos e roupas sintéticas/Pexels
A ingestão de microplásticos por peixes e outros animais marinhos pode afetar toda a cadeia alimentar, incluindo humanos/Pexels
A ingestão de microplásticos por peixes e outros animais marinhos pode afetar toda a cadeia alimentar, incluindo humanos/Pexels
Além de poluir ambientes naturais, microplásticos podem transportar substâncias tóxicas e metais pesados/Pexels
Além de poluir ambientes naturais, microplásticos podem transportar substâncias tóxicas e metais pesados/Pexels
Reduzir o consumo de plástico descartável e optar por produtos reutilizáveis ajuda a minimizar a presença desses resíduos/Pexels
Reduzir o consumo de plástico descartável e optar por produtos reutilizáveis ajuda a minimizar a presença desses resíduos/Pexels
Pesquisas mostram que microplásticos já estão presentes em água potável, alimentos e até no ar que respiramos/Pexels
Pesquisas mostram que microplásticos já estão presentes em água potável, alimentos e até no ar que respiramos/Pexels

Prejudicial à saúde

Os pesquisadores da Unicamp encontraram fortes evidências de que essas partículas podem interferir nas células-tronco da medula óssea, um processo que pode levar ao enfraquecimento dos ossos e outros problemas. A maioria dos estudos analisados foi realizada em animais, mas os achados são alarmantes.

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Entre os dados mais notáveis, os cientistas destacaram que um estudo recente na China identificou, pela primeira vez, fragmentos de microplásticos dentro do tecido ósseo humano. Além disso, experimentos mostraram que o microplástico pode comprometer as funções celulares, acelerar o envelhecimento e causar inflamações no tecido ósseo.

Enquanto a ciência busca respostas definitivas, o alerta é claro: é preciso rever urgentemente a forma como consumimos plástico. Com a produção global de plástico beirando 400 milhões de toneladas anuais, o cientista faz um apelo à sociedade para reduzir o consumo, priorizando fibras naturais e alimentos in natura, para o bem da saúde e do clima.

Entenda mais curiosidades sobre os microplásticos no vídeo da TV Unicamp.

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