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Saúde

Confusão mental em idosos pode ser confundida com Alzheimer

Vanessa Pimentel

Publicado em 13/09/2020 às 09:15

Atualizado em 13/09/2020 às 09:39

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Confusões mentais podem ser originadas após AVC, déficit de vitamina B12, ácido fólico, desidratação grave e até hipoglicemia. / DIVULGAÇÃO

O Alzheimer é um dos maiores receios de quem entra na terceira idade ou de familiares que acompanham algum idoso com lapsos de memória. No entanto, a confusão mental e os déficits cognitivos nos mais velhos podem ter outras causas, muitas delas fáceis de serem tratadas e totalmente reversíveis, segundo o neurologista Diogo Haddad.

Ele explica que o Alzheimer não surge do dia para a noite e que uma mudança repentina no comportamento ou na capacidade de raciocínio de uma pessoa idosa deve ser investigada com cuidado. "Em todas as idades, mas em especial após os 60, é importante estar atento a qualquer alteração neurológica e procurar um especialista diante de um sinal de alteração mental. O Alzheimer é uma doença que assusta e que tem afetado um número cada vez maior de pessoas, mas antes de chegar a esse diagnóstico é fundamental descartar outras possíveis causas", diz o profissional.

Na terceira idade, quadros de infecção em diferentes partes do corpo podem ter como consequência um episódio de confusão mental e mudanças de comportamento. O quadro pode ser desencadeado por uma simples infecção urinária ou de pele que não apresentou outros sintomas e está silenciosamente afetando o organismo. Ele também destaca que infecções tardias como sífilis podem afetar a cognição e serem confundidas com doenças neurodegenerativas.

A desidratação é outro problema comum nos idosos. Isso acontece por diminuição na sensação de sede, maior dificuldade do organismo para absorver água, além de possíveis efeitos de diferentes medicações. Quando a pessoa chega a um quadro grave de desidratação, pode repentinamente passar a manifestar sinais neurológicos de desorientação mental.

O neurologista explica que o cérebro é um dos órgãos mais afetados pela falta de água no organismo, levando ao mau funcionamento de funções como raciocínio e memória. Quando o idoso encontra-se nesse estado, deve-se procurar ajuda profissional para repor não apenas líquidos, mas todos os nutrientes necessários para sua recuperação.

Além disso, a hipoglicemia (falta de açúcar) também causa confusão mental. "O cérebro consome alta carga de energia e de glicose para seu funcionamento correto" conta Haddad. Isso pode levar a perdas cognitivas temporárias e o problema pode ser agravado pela falta de controle da diabetes, doença crônica que atinge milhões de pessoas no país, em especial aqueles com mais de 65 anos.

AVC

Apesar de mais rara, uma confusão mental repentina também pode ser sinal de um Acidente Vascular Cerebral (AVC), conhecido popularmente como derrame. Haddad explica que o AVC pode acontecer de duas formas: pelo bloqueio de um vaso, que impede ou reduz a irrigação de sangue em áreas do cérebro (AVC Isquêmico), ou pelo o rompimento de vasos e consequente hemorragia local (AVC Hemorrágico).

"Em ambos os casos o atendimento precoce é fundamental, pois quanto menor o tempo para o atendimento menor a chance de danos irreversíveis ou risco de morte deste paciente", diz o neurologista. Por isso, é fundamental procurar um Pronto-Socorro imediatamente.

Entre outros sintomas do AVC estão sensação de formigamento ou perda de força em um dos lados do corpo, dificuldade para caminhar e fala enrolada.

HIPOVITAMINOSES

Dentro do rastreio de causas reversíveis demenciais também é importante analisar se há déficit de Vitamina B12 e ácido fólico. Tais condições podem acontecer tanto pela carência no consumo quanto por dificuldades em absorção.

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