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Saúde

Câncer colorretal vai atingir mais de 30 mil novos casos em 2014

De acordo com dados divulgados pelo Instituto Nacional do Câncer (INCA), as principais vítimas do câncer de cólon são as mulheres

Pedro Henrique Fonseca

Publicado em 29/04/2014 às 14:59

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É comum ouvirmos falar em câncer de mama, câncer de pele, câncer de pulmão, próstata. Mas, em que consiste o câncer colorretal, também chamado câncer de cólon e reto? Embora muitos desconheçam, ele configura-se como um dos tipos mais frequentes de câncer em homens e mulheres e vem aumentando consideravelmente em todo Brasil. De acordo com dados divulgados pelo Instituto Nacional do Câncer (INCA), as principais vítimas do câncer de cólon são as mulheres. Para 2014, a expectativa é que 17.530 mulheres e 15.070 homens tenham o câncer. A doença pode ocorrer em qualquer idade, sendo mais comum em pessoas com mais de 50 anos.

O câncer colorretal pode se desenvolver no cólon ou reto. A doença normalmente se inicia na camada superficial do revestimento intestinal e, com o tempo, atinge as camadas mais profundas. Pequenas lesões se desenvolvem na parede do intestino grosso, também chamadas de pólipos, e podem sofrer degeneração e evoluir para o câncer intestinal. “A doença pode ser tratada e até curada, desde que seja diagnosticada precocemente e não tenha atingido nenhum órgão. É importante um tratamento rápido para que as lesões benignas sejam retiradas antes de evoluírem para um câncer”, afirma Dr. Alexandre Chiari, médico oncologista da Oncomed BH.

Uma curiosidade: o câncer colorretal é mais facilmente desenvolvido em mulheres que já tiveram câncer de ovário, endométrio (útero) ou de mama. É importante prestar atenção nos primeiros sinais, para que o tratamento se inicie o quanto antes. “Algumas mudanças no intestino devem ter uma atenção especial, como diarreia, prisão de ventre, desconforto abdominal, sangramento nas fezes, sangramento anal ou cólica. O câncer é diagnosticado pelo exame de pesquisa de sangue oculto nas fezes. Se positivo, é necessária a colonoscopia, exame feito na parte de dentro do intestino”, finaliza o médico.

Prevenção primária e secundária

No que diz respeito à prevenção primária, ou seja, ações que podem ser realizadas para reduzir o risco do aparecimento da doença, destaca-se: evitar uma dieta baseada em gorduras animais, rica em carnes vermelhas, baixa ingestão de frutas, vegetais e cereais. Deve-se evitar também o consumo excessivo de álcool. A prática regular de atividade física é considerada fator protetor para o desenvolvimento do câncer de cólon e reto.  

Já referente à prevenção secundária, ou seja, diagnóstico precoce do câncer de cólon e reto, algumas recomendações são bem estabelecidas. Para o paciente sem fatores que o colocam no grupo de alto risco para o desenvolvimento da doença, Dr. Alexandre Chiari dá as seguintes recomendações:

Para 2014, a expectativa é que 17.530 mulheres e 15.070 homens tenham o câncer (Foto: Divulgação)

- Um método de visualização da porção interna do intestino deve ser considerado, a partir dos 50 anos, com o objetivo de prevenção (detectar e tratar pólipos e assim evitar a sua progressão para o câncer) e detecção precoce de câncer já existente. O método preferido é a colonoscopia, que deve ser realizada a cada 10 anos caso esteja normal. Outra opção é a retossigmoidoscopia flexível a cada 5 anos.

- O sangue oculto nas fezes é recomendado anualmente, a partir de 50 anos, lembrando que não substitui a colonoscopia ou outros métodos de visualização do intestino. Ressaltamos também que este exame, quando realizado exclusivamente, desempenha papel no diagnóstico precoce, mas não na prevenção, haja vista a menor capacidade de detecção de pólipos do que a colonoscopia por exemplo.

Para o paciente com histórico de fatores que o coloca no grupo de alto risco, o rastreamento deve ser intensificado. Esses fatores foram relacionados por Dr. Alexandre Chiari:

- Histórico de síndrome hereditária relacionada ao câncer colorretal, como por exemplo polipose adenomatosa familiar ou câncer colorretal hereditário não-polipóide;

- Histórico de câncer colorretal prévio ou pólipo adenomatoso, especialmente se grande, múltiplos ou do tipo viloso;

- Histórico de doença inflamatória intestinal (retocolite ulcerativa ou doença de Crohn);

- Histórico familiar de câncer colorretal, particularmente se em idade jovem, em parentes de primeiro grau e múltiplos parentes afetados;

- Para indivíduos com histórico familiar de câncer colorretal em parentes de primeiro grau, a colonoscopia deve ser realizada aos 40 anos ou 10 anos antes da idade em que o parente desenvolveu o câncer. Pacientes com diagnóstico de pólipos adenomatosos de baixo risco (únicos, <1 cm, displasia de baixo grau, tubulares) podem repetir a colonoscopia em 5 anos. Aqueles com pólipos múltiplos (mais de 3 ), > 1cm, com componente viloso ou displasia de alto grau, a colonoscopia deve ser repetida em 2 a 3 anos.

- Pacientes com diagnóstico de síndrome hereditária não-polipóide devem iniciar o rastreamento entre 21 e 25 anos ou 10 anos antes do caso mais jovem da família. A colonoscopia neste caso deve ser repetida bianualmente até os 40 anos e, a seguir, anualmente. Os pacientes com fatores de risco para polipose adenomatosa familiar devem iniciar o rastreamento entre 10-12 anos, com colonoscopia ou sigmoidoscopia.

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