24 de Abril de 2024 • 03:51
*Foto meramente ilustrativa / Reprodução/ONU
A procura por tratamentos antitabagismo registrou alta de 30% durante a pandemia do novo coronavírus. O percentual é observado tanto no serviço público quanto na rede privada.
Para especialistas, o alta se deve ao fato de o cigarro aumentar os riscos de o paciente fumante desenvolver as formas mais graves da Covid-19.
Entre janeiro e maio, 8.249 pessoas buscaram atendimento no Programa Estadual de Controle de Tabagismo –um acréscimo de 30% em relação ao registrado no mesmo período do ano passado. Desse total, quase 60% eram mulheres.
A coordenadora do programa da gestão João Doria (PSDB), Sandra Silva Marques, avalia que, durante o isolamento social, as pessoas estão fumando mais do que antes. "Entretanto, também estão procurando mais pelo tratamento, pois se conscientizaram de que a prática de fumar está ligada a um aumento no risco relacionado à Covid-19", diz.
Em todo o estado, aproximadamente 1,6 mil unidades de saúde fazem o atendimento gratuito a quem pretende parar de fumar. A coordenadora explica que o tratamento é dividido em duas partes. Uma delas é a administração de medicamentos, quando há necessidade. Porém, o paciente só toma remédio após se consultar com um médico.
A outra etapa do tratamento consiste nas sessões de terapia em grupo, que, inicialmente, são realizadas semanalmente. Após o primeiro mês, a frequência dos encontros começa a diminuir. Ao todo, o processo demora cerca de um ano para ser concluído.
Antes da pandemia, as sessões eram feitas presencialmente. Porém, com a quarentena, profissionais e pacientes passaram a interagir pela internet, seja pelo WhatsApp ou por programas de conferência virtual.
A Prefeitura de São Paulo afirma que adaptou o atendimento do Programa Nacional de Controle do Tabagismo por causa do coronavírus. A administração municipal, gestão Bruno Covas (PSDB), não informou se houve aumento na procura por esse tipo de serviço.
REDE PRIVADA
A procura por tratamentos antitabagisticos na rede privada teve comportamento semelhante ao do serviço estadual. No HCor, a demanda também subiu 30% na quarentena na comparação com os meses anteriores ao início da pandemia.
A gerente de psicologia do HCor e responsável pelo Programa Vida Sem Cigarro do hospital, Silvia Cury, também faz relação entre o novo coronavírus e o aumento na busca por tratamento antitabagismo.
"O cigarro diminui a ação da imunidade do seu organismo. Você fica mais suscetível a pegar doenças infecciosas e respiratórias", explica a profissional.
"Além disso, a pessoa que está em quarentena sabe que fumar dentro de casa não é adequado, pois pode contaminar a família com substâncias cancerígenas [do cigarro]", acrescenta Cury, ao destacar mais um motivo que tem levado as pessoas a tentar parar de fumar durante a pandemia.
No HCor, todo o tratamento antitabagismo é feito virtualmente e dura cerca de três meses. Segundo Cury, ao fim do processo, aproximadamente 80% dos pacientes conseguem parar de fumar. Após um ano, entre 55% e 60% se mantêm sem cigarro.
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O preço, portanto, permanecerá em R$ 5,25, valor que vigora desde fevereiro do ano passado