Biblioterapia atrai leitores, mas especialistas pedem cautela / Freepik
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O hábito de ler pode ser mais transformador do que se imagina. A biblioterapia, que associa literatura e saúde emocional, vem ganhando destaque como forma de aliviar dores internas e fortalecer a mente.
Embora relatos positivos se multipliquem, a ciência mostra que os efeitos da biblioterapia variam muito entre os leitores. Afinal, nem toda história traz acolhimento — algumas podem até gerar o oposto.
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"Isso abriu algo em mim que precisava ser aberto", disse Elizabeth Russell, ao contar à BBC como os livros ajudaram a atravessar um momento de crise.
A biblioterapia pode incluir desde listas elaboradas por especialistas até sessões individuais que exploram as preferências do leitor. O objetivo é conectar cada pessoa às histórias mais significativas para sua jornada.
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Esse contato com personagens e narrativas semelhantes à vida real facilita o processo de reflexão. Muitos leitores relatam se sentir menos sozinhos e mais preparados para lidar com dificuldades após a leitura.
Ainda assim, não se trata de fórmula mágica. O impacto depende do momento de vida, da escolha da obra e da abertura emocional de quem lê.
O Dr. Drauzio Varella comenta em seu canal do YouTube que a leitura também torna as pessoas mais interessantes:
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Pesquisas sugerem que a leitura regular reduz ansiedade e solidão, além de aumentar a empatia. Crianças e adultos podem se beneficiar com maior autoestima e até mudanças de comportamento.
Por outro lado, especialistas alertam que determinados livros podem causar danos. Ficções que abordam transtornos alimentares, por exemplo, já mostraram piora nos sintomas de alguns leitores.
Por isso, a biblioterapia precisa ser usada com cuidado. Ela pode ser uma ferramenta poderosa, mas deve andar junto a outras formas de cuidado em saúde mental.
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No Reino Unido, programas como Reading Well já impactaram milhões de pessoas com listas cuidadosamente selecionadas. No Brasil, clubes de leitura e bibliotecas podem cumprir esse papel.
Discutir livros em grupo também amplia os efeitos, já que compartilhar reflexões ajuda a transformar a leitura em experiência coletiva e terapêutica.
O essencial é que a prática seja prazerosa. Quando uma história deixa de fazer sentido, é hora de trocar. O poder da biblioterapia está justamente em respeitar o tempo de cada leitor.
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