São Vicente

Histórias que marcam os 37 anos da Encenação de São Vicente

Brincadeira, cirurgia e uma vida nova são alguns dos motivos que levaram pessoas comuns a se doarem ao espetáculo.

Da Reportagem

Publicado em 20/01/2019 às 16:04

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Esse ano acontece a 37ª edição da Encenação de São Vicente. / Divulgação/PMSV

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Quatro histórias que se cruzam pela vontade de atuar e, em especial, estar na 37ª edição da Encenação de São Vicente. Algumas aconteceram pelo acaso, outras em nome da família e uma, em específico, pela vontade de mudar de vida. Em comum: todos participam como voluntários no maior espetáculo em areia de praia do mundo.

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O primeiro personagem da Encenação passou por períodos difíceis: foi morador de rua e teve problemas em conseguir um lar. Generoso Bueno Sobrinho, 52 anos, está participando pela primeira vez do evento e explica como isso aconteceu. “Eu tenho dois filhos. Um menino de 11 anos e uma menina de 16 anos. Eles estão na encenação e me chamaram também para atuar”.

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Ele diz que nunca pensou em ser ator e que estar na arena é uma felicidade muito grande. “Não fico nervoso, porque tem os ensaios que preparam a gente. O que mais me deixa feliz é saber que tem pessoas que vêm me ver, como minha família”.

Generoso destacou que sua esposa foi a que mais ficou contente. “Quando contei que estaria na Encenação, ela me abraçou e abriu um sorriso. Eu faço parte da corte e danço a valsa, e teve que ser com outra mulher. Só faltou ela querer dançar comigo”, diverte-se, completando. “Ainda bem que não ficou com ciúmes”.

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CIRURGIA E FAMÍLIA - Muitos motivos podem trazer pessoas a participarem do espetáculo, como curiosidade, consagração ou a experiência de estar em um palco.

 A família Santos teve um em específico. “Eu fui fazer uma cirurgia na garganta em 2015 e enquanto estava aguardando, passou na TV sobre a Encenação. Falei para minha avó pra gente participar e ela está comigo até hoje”, conta Bruno Gabriel Santos, 11 anos.

Participando desde de 2017, ele já interpretou o anjo de Michelangelo e nesse ano fez parte da corte. Contou que não fica nervoso em estar no palco e que esse momento a avó o tranquiliza. Por tudo isso, surgiu a vontade de seguir nas artes cênicas. “Depois dessas participações, quero ser ator. Gosto de estar lá e sentir essa vibração. É muito bom estar aqui”

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A avó, Rosemeire dos Santos, 52 anos, iniciou sua participação em 2016 e não pretende parar. “Eu gosto muito. É algo que faço com prazer”. Um detalhe que a motiva é a presença da família, seja com seu neto nos palcos ou com os parentes, indo assisti-la. “Quando venho aqui na Encenação, trago todo mundo. Principalmente meu filho que é deficiente. Vê-lo aqui é muito bom”.

BRINCADEIRA – A protagonista da última história é Maria Aparecida da Silva Santos, 60 anos. Tudo começou em 1999, por um acaso e de forma despretensiosa, mas que depois virou um compromisso de estar todos os anos na Arena do Gonzaguinha. “Na verdade encarei como uma ‘brincadeira’. Eu estava passando na rua e vi um cartaz dizendo para se inscrever na Encenação. Não era nada de sério no início”.

Mal sabia que o destino a manteria na arte. Maria Aparecida adotou o nome artístico de Cindy Silvam e está contracenando há 20 anos. Ela destaca dois momentos marcantes. “Um foi em 2008, quando fui soldado. Participei da missa do padre Gonçalo Monteiro, foi algo muito emocionante para mim. Não sei explicar”. O segundo foi com sua filha, que convenceu a participar. “Pedi em 2011 para estar na Encenação, mas ela não quis. Depois de tanto que insisti, aceitou, e está há oito anos. Agora faz parte da produção”.

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Maria Aparecida define a Encenação de São Vicente como algo que já faz parte de sua vida, um ritual que segue sempre a risca. E pensar que tudo isso começou por uma brincadeira.

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