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São Vicente

Aos 81 anos, Feliciano é o padre que mais batizou em São Vicente

Se você é católico e mora na cidade, provavelmente conhece o pároco.

Caroline Souza

Publicado em 31/03/2019 às 11:48

Atualizado em 28/11/2023 às 10:23

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Desde 1991, Feliciano é padre da igreja Nossa Senhora das Graças. / Nair Bueno/DL

Quem é católico e mora em São Vicente, provavelmente conhece o padre Feliciano. Fundador da Paróquia São Pedro "O Pescador", no Itararé, e pároco há 28 anos da igreja Nossa Senhora das Graças, na Vila Valença, Feliciano garante ser o padre que mais batizou no município.

Nascido em 25 de janeiro de 1938, na província de Navarro, na Espanha, Feliciano Arrastia Martinez veio de uma família grande, com outros onze irmãos.

Aos 12 anos, ingressou no Seminário Santa Rita de Cássia. Formou-se na Espanha e tão logo terminou o curso de Teologia, em 1961, veio para o Brasil. Desembarcou no Porto de Santos, mas a Diocese da região só voltou para a sua vida em 1975.

"Fiquei um ano de adaptação em São Paulo, na Paróquia Nossa Senhora da Saúde. Depois, fui para Ilha de Marajó, no Pará, onde fiquei por quase treze anos, ocupando diversas paróquias e me dedicando a missões", conta. Ainda na Ilha, atuou como fundador e diretor do Colégio Santo Agostinho e da Escola de Datilografia Santa Rita.

Em 1975, Feliciano deixou a congregação e pediu ao Dom David Picão, bispo emérito da Diocese de Santos, que o aceitasse aqui. "Eu estava com 38 anos, trabalhei um ano na Catedral de Santos e mesmo nesse ano ajudei a Paróquia Nossa Senhora Aparecida, porque o padre ficou doente", relembra.

A vinda para São Vicente aconteceu um ano depois, quando fundou e tornou-se pároco da Paróquia São Pedro "O Pescador", na qual atuou por quinze anos. "Aqui (na igreja Nossa Senhora das Graças) tinha um padre espanhol, ele ficou doente e estava com muita idade, por isso trocamos de paróquia, já que lá era menor", conta. "Então, desde 1991, há 28 anos eu estou nessa comunidade", completa.

BATISMOS

"O padre que mais batizou em São Vicente fui eu", garante. Feliciano conta que em apenas um domingo, quando ainda era pároco da igreja "O Pescador", batizou 102 pessoas. "O bispo me puxou a orelha", brinca. O feito fez parte de um desafio auto instituído. "Fiz isso como um desafio, tinha dois padres italianos aqui e eles começaram a falar que minha igreja era de crente. 'De raiva' eu comecei a batizar todo mundo lá", brinca.

Apesar de ter certeza que foi quem mais batizou no município, o pároco confessa não ter ideia dos números. "Depois de mim foi o padre Júlio e o padre Paulo, que era famoso, mas não batizava muito", afirma. "Nunca pensei nos números, mas eu ando na rua e todo mundo fala 'bença padre Feliciano' e dizem que batizei o filho deles, que casaram na minha igreja", emenda.

Hoje, no entanto, não é mais ele quem faz os batismos. "Eu deleguei para o diácono Ismael José Ferreira".

PARÓQUIA

Apesar de tantos anos atuando como padre, Feliciano garante que continua gostando do que faz. "Gosto do meu sacerdócio, não enjoo e cada dia gosto mais".

A paróquia Nossa Senhora das Graças, segundo conta o pároco, tem muitos movimentos paroquiais, crianças, jovens, encontros de casais e obras sociais. "São 80 pessoas assistidas com as obras sociais, no terceiro sábado de cada mês distribuímos cestas básicas".

A igreja comporta 750 pessoas sentadas e, em alguns dias, tem gente que fica em pé para assistir à missa. "Fica bonita a igreja, eu vendo lá de cima é muito bonito".

SÃO VICENTE

Em São Vicente, o pároco ainda fundou a Cristo Rei, no Jardim Paraíso. "Fico muito orgulhoso porque era uma capela e foi promovida a paróquia", comemora.

Sua última obra foi a capela São José 'o Carpinteiro', na Vila Voturuá. "Não tem na diocese nenhuma capela como essa. Foi minha última obra, então caprichei", conta. "É um mimo, um pedacinho do céu", comenta com felicidade.

Por fim, o padre deixou um recado aos brasileiros. "Que tenham confiança e esperança, porque virão tempos melhores". 

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