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São Vicente

A arte por trás da festa de São João

Artista plástico dá vida a cenário de uma das maiores quadrilhas juninas do estado São Paulo

Publicado em 18/06/2016 às 10:30

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É nos fundos da casa do artista plástico que nasce o cenário de uma das maiores quadrilhas do estado de São Paulo / Rodrigo Montaldi/DL

Por trás do colorido e da alegria das quadrilhas juninas há um trabalho de criação. Assim como as escolas de samba, que trabalham o ano inteiro nos barracões para dar vida ao enredo, os grupos contam com o apoio de costureiros e artesãos. Um trabalho árduo e muitas vezes desconhecido. É nos fundos da casa do artista plástico Sandro de Oliveira, de 42 anos, no Parque Bitaru, em São Vicente, que nasce o cenário de uma das maiores quadrilhas do estado de São Paulo: a Paixão Caiçara.

“Não tinha quem fizesse o cenário. É um trabalho voluntário. Nós ajudamos eles no São João e eles nos ajudam no carnaval. Reproduzo o tema que eles me trazem”, disse Oliveira. Ele é diretor de uma banda carnavalesca, a União da Ilha de São Vicente. Sua história com as esculturas e painéis nasceu com a paixão pelo carnaval.

O artista plástico não tem curso na área. Aprendeu a fazer as peças, que utiliza no desfile da banda e que servem de cenário para a quadrilha junina, na quadra da escola de samba Mancha Verde, em São Paulo. “Fiquei um tempo no barracão deles vendo como faziam para trazer para cá. Minha primeira escultura foi de Iemanjá”, afirmou Oliveira.

O primeiro cenário feito para a Paixão Caiçara foi no ano passado. O tema levado pelo grupo para a arena do Festival de Quadrilhas Juninas de São Vicente foi campeão. Para confeccionar as peças, o artista plástico utiliza isopor, cola, tecido e tinta. O trabalho é feito em um galpão nos fundos de sua casa. O tema deste ano é “Lembranças de um São João” e fala sobre Luiz Gonzaga, Lampião, Maria Bonita e os santos das festividades juninas.

“Desenho desde criança. Faço esse trabalho porque gosto. Se fosse para ganhar dinheiro perdia o gosto. As quadrilhas juninas ainda contam com pouca estrutura. É tudo feito na raça. Infelizmente a arte no Brasil não tem muito valor. O resultado final dá prazer de ver. É como se fosse um filho que acabou de nascer”, destacou o artista plástico. O cenário da Paixão Caiçara, este ano, é composto por xilografias, um painel de 10 metros e um balão feito de isopor.

No ano passado, as peças de Oliveira foram para Brasília, onde o grupo participou de um festival. Este ano, o cenário vai um pouco mais longe, Roraima, onde a Paixão Caiçara representará o estado de São Paulo, no início de julho, em um dos maiores eventos do gênero no Brasil.

Tradição

São Vicente é o município com o maior número de quadrilhas juninas fora do nordeste. A maioria dos grupos teve origem em quermesses realizadas nos bairros. Amanhã ocorre a final do 4º Festival de Quadrilhas de São Vicente. Hoje tem apresentações a partir das 20 horas. O evento acontece no Ginásio Poliesportivo Dondinho, que fica na Rua Travessa do Parque, s/nº, no Catiapoã.

Até o próximo dia 10 de julho, todo sábado e domingo a partir das 15 horas, o Instituto Histórico e Geográfico de São Vicente sedia o 1º Festival Estadual de Quadrilhas Juninas. O evento reúne apresentações de grupos locais e de outras regiões do estado. O instituto fica na Rua Frei Gaspar, 280, no Centro. 

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