Santos

Usuários se queixam de alteração no embarque da catraia

Passando por obras, trajeto temporário aumentou o percurso e o risco para centenas de pessoas que passam diariamente pelo local

Rafaella Martinez

Publicado em 27/03/2016 às 10:30

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Após a alteração, novo percurso inclui a travessia da Avenida Perimetral e dos canteiros de obras do Cais / Matheus Tagé/DL

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Desde o começo do ano os usuários que fazem a travessia das catraias entre Vicente de Carvalho e Santos precisam percorrer um trajeto de aproximadamente 450 metros para embarcar no sistema. Isso porque as obras que estão sendo desenvolvidas pela Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) alteraram, de segunda a sexta das 9h às 16h30, o ponto de embarque e desembarque da estação da bacia do Mercado Municipal para o berço de atração do Porto, dentro do Cais.

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A alteração temporária faz parte da obra de recuperação e restauração do canal do Mercado, que tem como objetivo melhorar as condições para os usuários desse serviço de travessia entre as margens do estuário santista. No entanto, com a alteração vieram também problemas.

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“Precisamos andar por aproximadamente 6 minutos até o novo ponto. Esse trajeto é muito perigoso, pois inclui duas linhas férreas, além de uma área onde passa muito caminhão”, desabafou a professora Maristela de Oliveira.

De acordo com ela, os atrasos passaram a ser constantes com a mudança, uma vez que é preciso esperar o trem passar para atravessar. “Isso quando ele não estaciona bem na entrada de acesso e precisamos esperar ele sair. Algumas pessoas se arriscam e passam pelo vão. É muito perigoso”, destacou.

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Opinião semelhante é defendida pela também professora Gley Elis Garcia. “Quando chove a situação fica ainda mais crítica. Como muitos grãos caem, o chão fica escorregadio. Isso sem contar na escada de acesso para a catraia, que não tem nenhuma proteção. Nunca vemos ninguém trabalhando nessa obra”, afirmou a professora.

O Diário do Litoral seguiu o trecho até o novo ponto de embarcação. Ainda na Avenida Perimetral um trem obstruía o caminho. Após a passagem, a reportagem seguiu pelo Cais ondem, além do mau cheiro e de um enxame de abelhas, o percurso era constantemente interrompido por caminhões. Durante o trajeto, realizado no horário de almoço, a reportagem não encontrou funcionários trabalhando nas obras.

FOTO: Catraia crédito MATHEUS TAGÉ DL (1)

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LEGENDA 1: Após a alteração, novo percurso inclui a travessia da Avenida Perimetral e dos canteiros de obras do Cais

Alteração fez número de usuários cair

O Diário do Litoral entrou em contato com Antônio Carvalho, presidente da Associação dos Mestres Autônomos do Porto de Santos, responsável pela Associação dos Catraieiros.

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Embora a alteração tenha provocado uma queda de aproximadamente 2.000 passageiros por dia, Carvalho acredita que, após concluídas, as mudanças serão benéficas.

“É um mal necessário. Com o passar dos anos, o trecho do canal ficou muito deteriorado. Isso é prejudicial para todos. Muitas vezes, durante o percurso, algum material se soltava e podia atingir alguém”, destacou o presidente.

Interdições devem se estender até maio, de acordo com a Codesp

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A Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) informou que a obra de recuperação e restauração do canal do Mercado é uma contrapartida da Companhia pela implantação da avenida Perimetral da Margem Direita naquela região. O projeto inclui serviços de retirada de laje para descobrir trecho de 40 metros do canal e implantação de um novo sistema de iluminação. As interdições para o tráfego das catraias no canal devem se estender até maio.

De acordo com a Codesp, as paralisações foram definidas em comum acordo com a Associação dos Catraieiros. Quanto ao deslocamento dos usuários das catraias, a Companhia informou que o trânsito pela área primária (trecho de cais) é facilitado, com passagem dedicada e que somente a adoção de um trajeto mais longo para transposição evitaria que os usuários passassem pelas vias férreas que margeiam a avenida Perimetral.

Sobre a escada de acesso, a Codesp disse que a estrutura não será revitalizada dentro do projeto em andamento pois está apenas sendo usada temporariamente, até o término dos serviços na bacia do Mercado.

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A Codesp disse ainda que os funcionários da empresa vencedora da licitação trabalham normalmente na obra e algumas vezes não são vistos pelos usuários das catraias por estarem desenvolvendo reparos no interior do túnel que está sendo reformado.

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