Ligações acabam prejudicando o atendimento do SAMU, em eventuais situações de emergência / Divulgação/Prefeitura de Santos
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Na última segunda-feira (01), o vereador Sérgio Santana (PL) denunciou que Santos dispõe de 15 ambulâncias para o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), mas parte do veículos permanece inativa devido à falta de motoristas. No dia seguinte (terça-feira), o Sindicato dos Servidores Estatutários Municipais de Santos (Sindest) postou nas redes sociais outra denúncia: que os constantes atrasos de ambulâncias tem gerado falta de confiança da população.
A Prefeitura diz que o tempo-resposta de Santos é superior ao sugerido pelo Ministério da Saúde, mas o presidente Fábio Pimentel diz que há pacientes perdendo consultas e exames. Ele colocou alguns diretores do sindicato em pontos-chaves para ouvir doentes e familiares.
Os sindicalistas chegaram a constatar atrasos de até seis horas por um raio-x de sonda e longa espera por sessão de oxigenoterapia hiperbárica. “Quando perde a sessão, o paciente tem que entrar novamente na fila de espera, com descontinuidade no tratamento”, afirma Pimentel.
O problema se deve, segundo o sindicalista, não à falta de veículos, médicos, enfermeiros e outros profissionais, cujos efetivos também estão defasados, mas à escassez de condutores de ambulâncias. O mesmo problema constatado pelo vereador, com a diferença que Fábio apurou um déficit de 13 motoristas. O efetivo é de 39, mas são necessários 52.
“Para piorar, por ordem da Administração, as horas extras estão restritas. É muito triste e revoltante ver a população perder a confiança no SAMU, um serviço sempre admirado por todos”, lamenta Fábio, que não sabe se a restrição de horas extras é da Secretaria de Saúde ou de Finanças e Gestão.
“Ninguém me tira que isso faz parte de um projeto de sucateamento do serviço para posterior terceirização ou privatização, que são a mesma coisa. De heróis do povo, os profissionais do SAMU estão passando por vilões responsáveis pelos atrasos. Como sempre, a culpa termina injustamente no colo do trabalhador público”, pondera Fábio.
O sindicalista lembra que a demora no atendimento dos protocolos tem repercutido tanto que, na sessão da Câmara de Vereadores do último dia 28, pelo menos três vereadores da base do prefeito se pronunciaram sobre o assunto. Adriano Catapreta (PSD, ex-secretário de saúde), Paulo Miyasiro (Republicanos) e Zequinha Teixeira (PP) citaram reclamações da população.
Segundo Fábio, o Sindest luta há muitos anos pela contratação de mais motoristas. E, a partir da pandemia, intensificou a cobrança de melhoria do serviço de atendimento móvel. O diretor de Comunicação do sindicato, Daniel Gomes, por sua vez, lamenta que a Secretaria Finanças e Gestão coloque “empecilhos a essa e outras reivindicações”.
Segundo ele, de janeiro a julho, houve 35 reclamações do SAMU na Ouvidoria. “Vai saber se alguma ou algumas dessas reclamações não têm a ver com morte, um acidente vascular cerebral ou algo do gênero”, lamenta Daniel. Já o diretor de Assuntos Profissionais, Carlinhos Reis Nobre, calcula em no mínimo mais 14 o número de motoristas necessários à prestação do importante serviço de saúde.
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Santana apurou que o quadro atual conta com 37 condutores, quando seriam necessários 52 para a plena utilização da frota, representando um déficit de 15 profissionais. Afirma que o cenário impacta diretamente a capacidade de resposta do SAMU, podendo aumentar o tempo de deslocamento e afetar a eficiência no atendimento às ocorrências.
Santana quer que a Prefeitura apresente quais medidas estão em andamento para recompor o quadro de motoristas, se há incentivos para atrair novos profissionais e, enquanto o concurso público não é finalizado, quais ações emergenciais serão implementadas para evitar a ociosidade da frota.
A falta de condutores não só impacta diretamente na eficiência do serviço, mas também sobrecarrega os profissionais em atividade. “A possibilidade de que ambulâncias permaneçam paradas por falta de pessoal habilitado contraria o objetivo maior do SAMU: garantir rapidez e eficácia no atendimento de urgência”, aponta.
Veja também que a cidade de Santos registra déficit de motoristas do SAMU.
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Santana ainda garante que diversos moradores da Zona Noroeste de Santos querem a instalação de uma base da unidade, funcionando 24 horas, no Posto de Segurança e Orientação, na esquina das avenidas Nossa Senhora de Fátima e Martins Fontes com a Rodovia Anchieta, que já abriga as bases da Polícia Militar, da Guarda Civil Municipal e da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET-Santos).
Santana lembra que, desde a sua inauguração, o posto tem se mostrado estratégico para o monitoramento, segurança e mobilidade na entrada da cidade, oferecendo estrutura moderna, acessível e equipada com tecnologia de ponta para vigilância e atendimento ao público.
A Prefeitura ratificou e a frota em circulação no município de Santos é superior ao que o Ministério da Saúde sugere e o tempo-resposta médio para os casos de alta prioridade (vermelho) no município é de oito minutos, metade do tempo também preconizado pelo Ministério.
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As viaturas estão distribuídas no período diurno, sendo 14 ambulâncias de suporte básico de vida e 1 de suporte avançado e- período noturno, sendo 10 ambulâncias de suporte básico de vida e 1 de suporte avançado.
O Samu de Santos atua com 10 bases espalhadas por todo o município para ter um bom tempo-resposta das solicitações classificadas como média e baixa prioridades