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Santos busca novos interessados em acolhimento temporário de crianças e adolescentes

O casal faz parte da rede Família Acolhedora, um serviço da Secretaria de Desenvolvimento Social (Seds) de Santos

Da reportagem

Publicado em 09/06/2022 às 07:00

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Jéssica e Hugo estão no terceiro acolhimento: "seu trabalho faz a diferença", diz ela / Foto: Carlos Nogueira

Artur (nome fictício) tem um mês de vida e está sob os olhares, cuidados e carinho da dona de casa Jéssica Isabelle Ribeiro, 28 anos, e do profissional de TI Hugo Bessa Silva de Oliveira, 28, há três semanas. “É muito amor, muito carinho. É uma entrega e uma experiência fazer parte da vida dele. Faz a gente muito feliz”, conta Jéssica. 

O casal faz parte da rede Família Acolhedora, um serviço da Secretaria de Desenvolvimento Social (Seds) de Santos com objetivo de  encontrar um lar temporário para bebês, crianças e adolescentes (até 18 anos incompletos) afastados do convívio familiar por estarem em situação de risco. 

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Inscritos há praticamente um ano, eles contam que estão no terceiro acolhimento. Já receberam em casa outros dois bebês. “Fomos tocados pela causa.  Acompanhamos um encontro sobre o programa. Foi uma amiga que fez a apresentação. Inicialmente era só para conhecer, mas quando terminou o evento, ficamos interessados e decidimos participar”, lembra Jéssica.

Atualmente há dez famílias acolhedoras e dois cadastros em andamento. Nove crianças estão em lares temporários. 

Santos busca agora reforçar esse time e cadastrar interessados em cuidar dos pequenos. A meta é chegar a 35. Podem participar maiores de 18 anos que morem no Município. Devem ter afeto de sobra e disponibilidade de tempo.  É preciso ainda estar bem de saúde física e mental, não ter antecedentes criminais e nem fazer parte de lista de adoção. Em média, o processo de cadastramento dura três meses.

O QUE FAZER

O primeiro passo para quem estiver interessado é agendar uma primeira entrevista feita pelos responsáveis pelo serviço na Seção Família Acolhedora (Rua Dino Bueno, 16). Basta ligar para (13) 3251-9333. É feito  um cadastro e uma entrevista para verificar se tem perfil, além da visita à residência da pessoa para conhecer o núcleo familiar e confirmar se todos concordam em receber a criança ou adolescente. 

“Ela tem que ser desejada nesse lar, porque já vem  de um rompimento familiar por diversos motivos, então precisa ir para um lar no qual será esperada e desejada por todos”, explica a assistente social Lilian Reis dos Santos.

Segundo ela, o objetivo é garantir que essa criança seja acolhida e receba afeto. “É o diferencial do serviço: em vez de a criança ir para um serviço de acolhimento institucional, fica na casa de uma família recebendo atenção individualizada”. 

Após a avaliação, os participantes ainda realizam um curso, com seis módulos, nos quais recebem orientações sobre cuidados e serviços oferecidos pelo Município para atender as crianças e adolescentes. Eles poderão definir a faixa etária que conseguem acolher.

“Orientamos essas pessoas sobre o que é o serviço, como se dá o acolhimento e as questões que as crianças trazem de suas vidas com seus familiares. Por isso, tem que ser um lar seguro e protetivo para essa criança, porque, além da questão do afeto, a gente percebe que o desenvolvimento dela no Família Acolhedora é muito melhor do que um serviço de acolhimento institucional”, acrescenta Lilian.

Ao final do treinamento, é necessário entregar documentos como RG, CPF, antecedentes criminais, atestado de saúde física e mental do casal, por exemplo. A partir daí, uma comissão, com integrantes até do Poder Judiciário, avalia o cadastro do voluntário para confirmar se ele está apto ou não para o acolhimento temporário.

A família acolhedora recebe um repasse de R$ 1.151,81 mensais para custear as despesas das crianças ou adolescentes. A acolhida pode durar entre três e 18 meses.
Nesse tempo, os pais biológicos também são auxiliados em busca da superação dos motivos que levaram à separação familiar. No final do prazo,  se houver condições, eles retornam à família de origem; caso contrário, seguirão para a adoção.

Por isso, outro ponto que faz parte do processo seletivo e do treinamento é o desapego. Para isso, Jéssica traz a lição aprendida nesse quase um ano de Família Acolhedora.
“Não precisa ter medo da despedida. Claro que você vai sofrer, porque quando se ama e se separa acaba sofrendo. É a conta que a gente recebe. Mas vale muito a pena. Você percebe que seu trabalho foi feito e que fez a diferença na vida dela e daquela família”.
Informações sobre o programa Família Acolhedora em  (13) 3251-9333.

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