Procon-Santos questiona contrato de penhor da Caixa / Diário do Litoral
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O Procon-Santos está questionando algumas cláusulas do contrato de penhor da Caixa Econômica Federal (CEF). De acordo com o órgão, o acordo de adesão ao serviço entre o cliente e o banco é unilateral e contém cláusulas que estão em desacordo com a lei do consumidor.
A situação veio à tona após o assalto ocorrido em dezembro passado na agência do Centro, em Santos, onde os ladrões levaram joias e objetos que estavam em penhor. Até o momento a Caixa não informou o número de pessoas lesadas nem o montante roubado.
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O Procon afirma que mais de 300 pessoas já procuram o órgão para relatar que estão em desacordo com as condições do contrato. “A grande maioria dos julgados reconhece abusividade nas cláusulas contratuais, por exemplo, a indenização prefixada em 50%. Para os consumidores essa condição não corresponde ao prejuízo que eles sofreram porque o valor da avaliação não é o valor da joia”, explica Rafael Quaresma, coordenador do Procon-Santos.
Segundo ele, como a Caixa é o único banco do país que oferece o empréstimo por penhor, deveria ter um contrato mais justo. “Queremos negociar um valor condizente com o de mercado e não àquele prefixado pelo banco. A Caixa precisa reavaliar as condições de contrato porque, na nossa visão, não há como prefixar eventos futuros. Isso é uma infração ao Código de Defesa do Consumidor”, declara Quaresma.
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Rafael também enviou ofício ao Ministério Público Federal (MPF) solicitando audiência para tratar do caso. No documento ele relata os três encontros que aconteceram com o banco buscando uma solução amigável, mas na última segunda-feira (22) a Caixa encerrou as negociações e disse que o caso será tratado na Justiça.
Mutirão
Para centralizar as reclamações das vítimas, o Procon-Santos realizará mutirões. A ação será nos dias 29 e 31 deste mês e em 26 de fevereiro, das 9 às 17h, no auditório da Secretaria de Educação (Praça dos Andradas, 25/34).
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Os interessados precisam levar o comprovante do dinheiro e/ou joias que tinham no banco e foram levados pelos criminosos.
Quaresma disse que as queixas formalizadas no Procon podem servir de base para a ação da promotoria, caso seja esse o entendimento do MPF.
“Como na Justiça o Procon não pode ingressar, nós vamos registrar as reclamações administrativas e acionamos o Ministério Público Federal, que provavelmente irá instaurar um inquérito civil para apurar os direitos desses consumidores lesados”, declarou o coordenador.
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A partir do envio da formalização das reclamações à Caixa, o banco terá 10 dias úteis para se manifestar ou não, de acordo com Herminio Luiz Gameiro, supervisor de atendimento do Procon.
Ele complementa que o procedimento é uma maneira de respaldar uma possível ação civil com o Ministério Público e também lastrear a fiscalização no caso da adoção de alguma outra medida administrativa que vise penalizar o banco, por exemplo, com a aplicação de uma multa em razão da postura adotada na negociação e violação ao Código de Defesa do Consumidor. O valor da multa varia de R$800 a R$7 milhões.