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Santos

Prefeitura de Santos distribui coleiras contra leishmaniose para mais de 200 cães

Uma nova remessa de coleiras, para este mesmo perfil de animal, será entregue no próximo dia 20

Da Reportagem

Publicado em 12/06/2020 às 08:05

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Em caso de chuva, a próxima ação será transferida para uma outra data / Anderson Bianchi / Prefeitura de Santos

Equipes da Prefeitura colocaram coleiras repelentes contra leishmaniose em 209 cães que vivem em Santos nesta quinta-feira (11). Além dos animais com a doença, também têm direito à coleira os cachorros sadios que vivem em um raio de até 100 metros de distância de cães com a doença.

Uma nova remessa de coleiras, para este mesmo perfil de animal, será entregue no próximo dia 20. Em caso de chuva, a ação será transferida para outra data.

Como a leishmaniose visceral canina é transmitida pelo mosquito-palha, o uso da coleira repelente é a principal forma de evitar a proliferação da doença, uma vez que mantém os animais sadios livres de uma eventual picada contaminada do inseto. Já os animais doentes, com a coleira, deixam de ser alvo do mosquito-palha, interrompendo a cadeia de transmissão.

Além da troca das coleiras em animais que já a usavam (o acessório é válido por quatro meses), outros 39 cães do bairro Marapé, todos sadios, foram cadastrados nesta quinta e passaram a usá-la. As equipes da Seção de Vigilância e Controle de Zoonoses (Sevicoz), ligada à Secretaria de Saúde, também percorreram os bairros Jabaquara e Morro São Bento, em um trabalho que envolveu cerca de 30 profissionais.

As entregas foram realizadas casa a casa, em locais previamente mapeados e seguindo rigorosos protocolos para evitar eventuais contaminações pelo novo coronavírus – todos os agentes da Prefeitura utilizaram equipamentos de proteção individual.

“O município de Santos tem destaque no combate à leishmaniose pela abordagem integral da doença. A prevenção, por meio da coleira repelente, ainda é o mais importante método de controle”, destaca Alexandre Nunes, veterinário da Sevicoz.

Desde 2015, Santos registrou 85 casos de leishmaniose visceral canina. Destes, 55 já morreram. Nesta quinta-feira, os veterinários visitaram sete animais que têm a doença e que precisavam trocar a coleira. Constatou-se um óbito (ampliando o total para 55) e uma mudança de endereço – não informada pelo proprietário à autoridade sanitária, que buscará a sua localização atual. Os outros cinco animais, que já passaram por tratamento para estabilização da carga viral (veja mais detalhes abaixo), seguem estáveis.

A leishmaniose visceral canina é uma doença crônica. Os sintomas demoram de dois a três anos para aparecer no animal e incluem pele e mucosas com feridas; queda de pelos da orelha e em volta do nariz; emagrecimento e crescimento exagerado da unha. Com seu avanço, os órgãos internos, como fígado, baço e pulmão, são afetados. Não há cura, mas quanto mais cedo se detecta, mais fácil é o tratamento e o controle da doença. O animal tem que ser monitorado pelo resto da vida.

“Temos obtido resultados satisfatórios no que se refere à contenção da doença em nosso território com o uso da coleira repelente. Observamos ainda uma boa adesão da população, muito interessada em manter a saúde do seu cãozinho”, afirma Ana Paula Valeiras, chefe do Departamento de Vigilância em Saúde.

Santos realiza um trabalho integral contra a doença, que cobre investigação do vetor, notificações, investigação sorológica, ações de prevenção e tratamento aos cães infectados. A eutanásia ainda é uma medida de controle da doença na maioria das regiões do Brasil. A cidade de Santos é pioneira na abordagem humanitária e integral para a leishmaniose.

Investigação do vetor: embora existam casos positivos de leishmaniose em cães na Cidade, o mosquito-palha da espécie lutzomya longipalpis até hoje não foi encontrado no Município. Desde 2015, a Secretaria de Saúde atua em parceria com a Superintendência de Controle de Endemias (Sucen), do governo estadual, em buscas nas matas, com armadilhas próprias para atrair e reter o inseto transmissor.

Notificações: clínicas veterinárias particulares e a Codevida notificam a Sevicoz sobre casos de leishmaniose. A Sevicoz inicia a investigação sorológica, com coleta de sangue no animal e envio da amostra para o laboratório Adolfo Lutz, referência para a confirmação dos casos

Investigação em outros animais: uma vez identificada a doença em algum animal, a Sevicoz faz uma busca ativa de outros cães que possam conviver no mesmo espaço do contaminado e também dos que estão a um raio de 100 metros de diâmetro de distância. É colhido o sangue e enviado ao Adolfo Lutz.

Tratamento: atualmente, 30 cães com leishmaniose recebem tratamento para controle da carga parasitária. O tratamento dura 28 dias, sendo realizado exame de sangue 3 a 4 meses depois do fim para verificar a resposta do organismo ao medicamento. Com a carga parasitária baixa, o risco de transmissão é menor. Todos foram microchipados, de forma que se houver fuga do animal, por exemplo, é possível identificar o seu paradeiro

Coleira com repelente: todos os cães identificados com leishmaniose recebem uma coleira com repelente de forma a prevenir que o inseto o pique e se torne transmissor da doença para outros animais e pessoas

Capacitação: Os agentes de controle de endemias e demais profissionais de saúde da rede municipal passam por capacitações periódicas, a fim de se tornarem multiplicadores de informação para a população.

Orientação: os munícipes cujos animais passaram por investigação são orientados a manter os ambientes externos livres de material orgânico (fezes, folhas) que atraem o inseto; manter as janelas teladas e usar repelente, em especial no fim da tarde e de noite, períodos de mais atividade do mosquito-palha.

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