A secretária afirma que "uma maldade está sendo feita para atrapalhar todo um projeto social" / Nair Bueno/DL
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Em entrevista ao Podpovo desta quinta-feira (21), a Secretária de Desenvolvimento de Santos, Audrey Kleys, fez questão de enfatizar que a desinformação e a campanha negativa, via redes sociais, sobre o Programa 'Levante a partir das Calçadas', que tramita na Câmara de Santos, é um verdadeiro crime e que está jogando uma parcela dos santistas contra as pessoas em situação de rua. Confira a entrevista completa no link.
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"Inverdades só prejudicam uma cidade, a população. Esse projeto foi escrito por técnicos com muita responsabilidade e não é assistencialista, mas sim, de resgate social. A escolha das pessoas é técnica e não aleatória. Estão propagando mentiras. Ofendendo as pessoas, um crime", desabafa Audrey.
A secretária esclarece que o Programa será realizado, num primeiro momento, com 10 pessoas em situação de rua já acompanhadas e referenciadas pelas equipes técnicas do serviço especializado em abordagem social. Ele terá duração de um ano e a ajuda financeira, na ordem de meio salário mínimo nacional (R$ 660,00), será para pagamento de um aluguel social, com objetivo da preservação da dignidade humana, identidade, integridade e história de vida da pessoa e construção de autonomia para superação da situação de rua.
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"Faremos com 10 pessoas para podermos avaliar a eficácia do programa. Uma das condições para pessoa participar e receber o valor, exclusivamente para auxílio-moradia, é a concordância de fazer parte de nossa rede de assistência e ingressar em um dos nossos cursos profissionalizantes para reintegração ao mercado de trabalho e reconquista da autonomia. Não existe bolsa-crack, bolsa-tráfico de drogas, como estão propagando", reforça.
PARECER.
A secretária lamenta que muitas pessoas não leram o projeto pois, se tivessem o cuidado de fazê-lo, entenderiam que o acesso ao Programa deverá ser precedido de parecer técnico fundamentado e durante todo o ano a pessoa assistida será avaliada, acompanhada e monitorada por técnicos da Assistência Social.
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"Uma maldade está sendo feita para atrapalhar todo um projeto que possui uma metodologia que vem sendo adotada em diversos países superdesenvolvidos, como Finlândia, por exemplo, que conseguiu reduzir em 35% o número de pessoas em situação de rua. Os EUA conseguiram tirar mais de 80 mil pessoas das ruas. A Cidade de São Paulo está adotando a mesma metodologia", afirma Audrey.
SISTEMA.
A secretária lembra que o Programa 'Levante a partir das Calçadas' é dos que serão disponibilizados conjuntamente com outros serviços, programas ou projetos existentes na política de assistência social do Município.
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"Existe uma política integrada em andamento em Santos e não distribuição de dinheiro. Um programa sério, responsável, com base em estudo técnicos. Para cada 10 pessoas, teremos um assistente social, um operador social e um psicólogo", diz.
A secretária informa ainda que existe muita gente de Santos em situação de rua e que a Cidade já conseguiu, somente este ano, realizar mais de 300 recâmbios qualificados de pessoas que não eram da cidade e que, por uma desilusão profissional, acabaram nas ruas.
"São várias coisas acontecendo dentro de um grande guarda-chuva social. Por intermédio de uma trabalho técnico, tem como tirar as pessoas das ruas. Por intermédio da lei que gerou o projeto empresa parceira do desenvolvimento social, Estamos conseguindo fazer com que o mercado de trabalho abra as portas para as pessoas que estão sendo qualificadas por nós", afirma.
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VAGAS.
A Prefeitura oferece, atualmente, 600 vagas de acolhimento, não só para pessoas em situação de rua. "É fácil falar que uma verba não pode ser dirigida a uma pessoa vulnerável. O difícil é entender o dia a dia dessa pessoa, que não consegue vaga de trabalho por simplesmente não ter residência fixa, ou estar num dos equipamentos públicos. Esse programa é só mais uma das ferramentas das políticas públicas que nós já estamos realizando", finaliza, alertando ainda que o programa foi exposto para grande parte da sociedade civil organizada e da rede de solidariedade, além de universidades, antes de ser apresentado.