26 de Julho de 2024 • 22:51
Até as 15 horas, apenas 172 pessoas tiveram a curiosidade de conhecer o Museu Pelé. Uma média de 300 pessoas frequentam o lugar nos finais de semana / Rodrigo Montaldi/DL
Nem o cidadão mais incrédulo poderia imaginar que um equipamento que leva o nome do atleta do século teria tão baixa visitação. Até as 15h de ontem, em plena terça-feira de Carnaval - quando milhares de turistas vêm para a Baixada Santista em busca de diversão fora da folia - apenas 172 pessoas tiveram a curiosidade de conhecer o Museu Pelé. Segundo uma atendente, em média 300 pessoas frequentam o lugar nos finais de semana (sábado e domingo).
A Reportagem esteve no equipamento, que foi inaugurado em 15 de junho de 2014, no bairro do Valongo, região central de Santos, num espaço de mais de quatro mil metros quadrados, e não teve como deixar de observar que o museu Pelé ficou bem distante do que imaginava se tornar: o maior atrativo turístico da Cidade. Vale lembrar que, tempos atrás, o equipamento chegou a ficar sem luz por falta de pagamento da conta de energia, resultado da pouca arrecadação.
Entre o térreo – local em mais se encontra peças do jogador – e os andares de cima, o que se vê mais no museu são fotografias, faixas, textos e vídeos. Mas ainda há peças interessantes, como uma coroa de louros recebida pelo Rei em 1969; outra de bronze em comemoração ao seu milésimo gol e uma terceira, com um cedro, quando Pelé se despediu da seleção brasileira. No terceiro andar, uma espada doada pela rainha da Inglaterra é a peça mais vistosa em exposição.
Há outras como um chapéu mexicano dado ao jogador na Copa de 70, dois pares de chuteiras, medalhas, troféus, bolas de ouro e até o diploma de Pelé que cursou faculdade de Educação Física. “Deveria ser mais interativo. Achei fraco e pouco interessante”, disse Jacira Rezende Rodrigues, acompanhada do marido.
Foram gastos R$ 50 milhões na restauração de um casarão, localizado no Largo Marquês de Monte Alegre, e de seu entorno e o impulso que o museu de Edson Arantes do Nascimento – o Atleta do Século - daria à região do Porto de Santos, trazendo investimentos por conta do turismo nacional e internacional ficou apenas no sonho da Prefeitura de Santos e dos investidores.
Em março do ano passado, a Prefeitura municipalizou o museu e assumiu a gestão do acervo de 560 peças do ex-jogador, que formalizou a doação ao município do acervo avaliado em cerca de R$ 19 milhões. O contrato foi assinado no escritório do atleta, no centro de Santos, com a presença do prefeito Paulo Alexandre Barbosa (PSDB) e do presidente nacional da AMA Brasil (que administrava o museu), José Luiz Aranha Moura. Na ocasião, Paulo Alexandre, disse que a municipalização ocorreu após mais de um ano de negociações e visava potencializar o uso e a divulgação do Museu Pelé.
Ele chegou a anunciar redução do valor dos ingressos (o que ocorreu) e um plano de marketing para a atração de novas parcerias, incluindo o Santos Futebol Clube, que possui experiência com o Memorial das Conquistas. Nem o clube que consagrou o Rei quis se responsabilizar pelo o equipamento.
“Achei muito bacana. A disposição dos painéis e vídeos ajuda os visitantes”, disse Daniel Campos, que esteve com a esposa no museu.
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A entrada é gratuita e os visitantes pagam apenas pelo que consumirem