Durante décadas, a Praia do Embaré, em Santos, foi muito mais do que um cartão-postal da cidade. / Reprodução/Portal Memória Santista
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Durante décadas, a Praia do Embaré, em Santos, foi muito mais do que um cartão-postal da cidade. Tornou-se um ponto de encontro popular, especialmente entre jovens e casais.
Nos anos 1980 e 1990, a orla era marcada pelas icônicas barracas de sanduíches, que funcionavam durante toda a madrugada e reuniam um público variado.
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Foi nesse contexto que surgiu o apelido "Centro de Paquera do Embaré", ou simplesmente CPE. Mais do que uma referência à paquera, o nome se originou entre taxistas e usuários de rádio PX, um sistema de comunicação amadora semelhante aos usados por serviços policiais. Eles utilizavam o ponto como local de parada, e o apelido inicial era "Centro de PX do Embaré".
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Com o tempo, o espaço foi ganhando novos significados. A interação entre os frequentadores, o clima descontraído e a movimentação constante consolidaram o local como um verdadeiro centro de convivência. O nome evoluiu naturalmente para Centro de Paquera, refletindo o espírito de sociabilidade da área.
Entre as atividades que marcaram o auge do CPE estava o chamado "Caça à Raposa". A brincadeira consistia em localizar um veículo específico pelas ruas da cidade, com base em pistas transmitidas pelo rádio. Era um jogo leve, comunitário, e reforçava o caráter interativo e social do local.
Muito antes dos anos 1980, a região já era movimentada. Nos anos 1960, a área em frente à Igreja do Embaré já era conhecida por atrair jovens santistas. Ainda não existiam os famosos trailers, mas a praia já servia como ponto de encontro informal.
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Com o passar do tempo, os trailers móveis se instalaram na orla, oferecendo lanches, porções e bebidas durante 24 horas por dia, de segunda a domingo. Eram paradas obrigatórias para quem voltava de festas, boates ou apenas queria estender a noite em boa companhia.
Em 1994, uma reforma urbanística mudou a paisagem da orla do Embaré. Os trailers foram substituídos por quiosques de alvenaria, que seguem funcionando 24 horas. A modernização trouxe mais organização e segurança ao local, sem apagar completamente o charme que marcou gerações.
Mesmo com as mudanças, o CPE permanece vivo na memória dos santistas. Para quem viveu os anos dourados do Embaré, as lembranças de madrugadas movimentadas, amizades feitas ao acaso e romances de verão ainda são vívidas.
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O CPE representa uma parte importante da história social e cultural de Santos. A tradição de reunir pessoas, criar laços afetivos e celebrar a convivência ainda se mantém.