Segundo o Doutor Alberto Ferreira de Amorim, o espaço recebeu boa parte de seu acervo durante o período de 1970 a 1980 / Acervo do Instituto de Pesca/Divulgação
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Um dos principais pontos turísticos de Santos, o Museu de Pesca, está fechado desde 2022 para obras de revitalização. Ao mesmo tempo, muitos funcionários e frequentadores ainda guardam com carinho as experiências que passaram pelo espaço.
"Ao ver o esqueleto da baleia logo na entrada, parecia algo mágico. Tive uma grande sensação de descoberta", recorda a desenvolvedora Beatriz Francisco da Costa Dantas, que assim como muitos outros frequentadores guarda lembranças até hoje sobre o que foi o Museu de Pesca de Santos.
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Com as obras de revitalização no casarão de 1908 praticamente concluídas, é esperado que reabertura aconteça até o final do segundo semestre de 2025, segundo a própria Secretaria da Agricultura e Abastecimento de SP
Antes do fechamento, o Museu de Pesca já enfrentava diversas dificuldades na infraestrutura do edifício, principalmente nas janelas, que estavam com problemas para abrir e fechar.
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Até hoje sua contribuição histórica permanece viva entre os frequentadores e responsáveis pelos setores no local.
"Entrei em dezembro de 1973, e como era uma época forte da pesca em Santos houve várias doações", comenta Alberto Ferreira de Amorim, Professor Doutor e Pesquisador Científico VI.
Segundo o Doutor, o espaço recebeu boa parte de seu acervo durante o período de 1970 a 1980. Entre eles estava uma grande coleção de peixes de alto mar, incluindo tubarões, agulhões, raias, lulas, entre outros.
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Formado em Engenharia Agronômica, na época não conhecia nada sobre os mares, mas foi incentivado pela sua namorada, hoje sua esposa, a prestar um concurso para trabalhar no Instituto de Pesca, o qual o Museu pertence.
"Já em janeiro de 1974 fiz minha primeira viagem no atuneiro Kaiko Maru 16. As viagens ao mar foram verdadeiras aulas sobre o ambiente marinho", recorda. Segundo ele, a amizade com alguns pescadores, favorecia a doação de novos animais ao acervo.
A cada novo animal que entrava no museu, rendia uma página inteira dos jornais. O Doutor também é responsável pelo registro de 20 novas ocorrências como a mangona-de-fundo, tubarão-boca-grande, tubarão-raposa, entre outros peixes.
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Quem também ainda guarda boas lembranças, principalmente no quesito profissional, é a Diretora Técnica I do Museu de Pesca do Instituto de Pesca, Renata Haddad Esper.
"Em 2004, na época que atuava como estagiária no museu, a taxidermia funcionava ativamente e havia uma programação rica de cursos no auditório. Os temas eram variados sobre a vida marinha", recorda.
Em nota ao Diário do Litoral, a Secretaria da Agricultura e Abastecimento do SP informou que o Museu de Pesca atualmente está em processo de revitalização, de forma a respeitar os critérios técnicos e legais.
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A parte hidráulica e elétrica já teve suas reformulações concluídas no final de 2023. Já o acervo de 1.400 itens continua preservado nas instalações, sob condições controladas de conservação.
Até o encerramento desta publicação, o local está buscando viabilizar o restante das obras, o que inclui os telhados e as janelas.
O investimento da revitalização do local foi de R$ 1,2 milhão.
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É esperado que o local passe por um processo de restauro de qualidade e que respeite o valor histórico para a cidade de Santos, além de trazer uma nova vida ao espaço.
Ainda se tratando de legado, Beatriz espera que o museu ainda possa estabelecer uma ponte entre o passado e o futuro, mostrando a relação entre o ser humano com o mar, principalmente se tratando da importância da preservação marítima e ambiental.
"Para as novas gerações, que crescem em um mundo tão digital, possam ver de perto espécies marinhas, embarcações antigas, ou até sentir aquele ‘cheirinho de museu’ pode ser uma experiência inesquecível, que desperta curiosidade e respeito pela natureza".
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